Esse tal de Nicolas Cage realmente consegue me surpreender toda hora. O cara simplesmente virou uma máquina de fazer filmes. Nos últimos 5 anos ele atuou em nada menos que 15 filmes! E já possuí 5 filmes em pós-produção para 2016! Infelizmente, só agora estou tendo tempo de assistir essa última leva. À princípio pensei que fossem só umas porcarias genéricas, mas me enganei. Muitos desses últimos filmes realizados por Cage são ótimos, e "Caça ás Bruxas" se inclui nesse pacote.
História: Cavaleiros do século XIV enveredam em uma jornada para transportar uma jovem suspeita de bruxaria à um mosteiro, onde monges deduzem que ela seja a fonte de uma praga que assola a região.
Cage interpreta um dos cavaleiros e Ron Perlman (Hellboy) o outro. Ambos fizeram um excepcional trabalho. Cage é um ótimo ator, por infortúnio ele é mal compreendido pelas audiências. Entendam: ele consegue atuar bem, só que em alguns filmes ele tenta usar um estilo de atuação mais sarcástico. Ele mesmo disse isso, certa vez. Ou seja, a "ruindade" dele é proposital. O porquê dele fazer isso, ainda é um mistério. Eu não reclamo tanto, sabe? Eu já sei que ele é assim, então eu já começo a assistir um filme dele preparado para qualquer coisa, seja uma belíssima atuação (Como, "Senhor das Armas" ou "Despedida em Las Vegas") ou uma atuação exagerada e sem sentido (Como, "O Sacrifício" ou "Motoqueiro Fantasma: Espírito de Vingança"). Bom, pelo menos eu dou risada das atuações esdrúxulas dele... kkk
Mas, isso não foi o caso aqui. Cage, assim como todo o elenco fizeram um ótimo trabalho. Os personagens são bem lapidados, o roteiro é simples mas funciona, a trilha-sonora é muito boa, e é claro, o aspecto principal na minha opinião, a ambientação. Eu simplesmente me senti em um jogo de RPG, com diversas lutas de espada, florestas macabras, cidades medievais, um grupo de guerreiros cada um com sua habilidade específica... Demais, demais mesmo! Quem curte medievalismo pode assistir sem medo, não vai mudar sua vida, mas vai te distrair e alegrar bastante. Quem dera eu tivesse assistido esse filme com uns 14 anos.
Recomendo, "Caça às Bruxas" para todos, em especial jovens medievalistas e amantes de RPG.
Poxa, eu gostei! Gostei muito! Um filmaço de ação, com ótimos efeitos especiais.
A história é simples, na verdade ela apenas te ambienta na trama, te dá um contexto para os eventos que irão seguir, só isso. Uma série de gigantescos abalos sísmicos assolam toda a costa oeste dos EUA, em especial Los Angeles e São Francisco. Em meio a essa tragédia, um piloto de resgate, interpretado por Dwayne "The Rock" Jonhson, realizará de tudo para salvar sua família.
Filmes desse gênero são conhecidos como disaster movies, ou seja filmes de desastre. Eles eram muito populares na década de 70. Filmes como "Inferno na Torre", "Aeroporto", "O Destino de Poseidon" e é claro "Terremoto" fazem parte desse categoria. "Terremoto: A Falha de San Andreas" é praticamente um remake de "Terremoto". Um remake bem feito, aliás.
Uma das coisas interessantes do filme é se colocar no papel dos personagens... O que você faria caso um desastre natural de proporções faraônicas atingisse sua cidade, seu bairro, sua casa? Eu me senti um pouco aflito em certos momentos. A grandeza do poder da natureza é simplesmente incomparável, por mais forte que você seja, você nunca será mais poderoso que a natureza.
Recentemente, tivemos o desastre de Mariana no Brasil. Todavia, tal desastre ocorreu devido a incompetência humana. pois, duas barragens do rio se romperam. Sem mencionar o despejo de material tóxico pelas industrias no rio, fato esse que contaminou toda a fauna e vegetação ribeirinha. O motivo do rompimento das barragens? Provavelmente construíram ela com chiclete e durepoxi. É claro que pagamos com nossos impostos por diamantes e ouro, contudo, nossos ótimos políticos em parceria com as construtoras mais corruptas do mundo, superfaturaram a obra e embolsaram a diferença para eles.
Eu fico impressionado com o Brasil... É um país que não possui um desastre natural sequer, o máximo são enchentes de rios, que poderiam ser facilmente resolvidos com uma infraestrutura razoável (Algo certamente possível de se realizar dentro da nossa carga tributária), ainda assim não conseguimos ir para a frente. O Japão possui terremotos, tsunamis, godzillas... Os EUA possuem tornados, tsunamis (Nova Orleans) e terremotos e ainda assim nos superam em inumeráveis aspectos. Sem mencionar o poder de reerguimento que esses povos possuem. Em questão de meses, as coisas mais essenciais já voltam a funcionar. Infelizmente, meu país é uma vergonha!
Bom, voltando ao filme... Vale a pena pra se distrair, é um ótimo filme de ação.
Minhas expectativas para esse filme eram colossais. O trailer me chamou muito a atenção. Eu percebi que era uma cópia cuspida de "Suspiria" e "A Profecia", mas mesmo assim eu decidi arriscar. Eu adoro o Del Toro, bom, pelo menos eu adorava...
"A Colina Escarlate" foi totalmente decepcionante. Uma historinha pra lá de clichê, mal construída, com diversos furos e alguns momentos indigestos. O trailer é completamente mentiroso e te leva a acreditar que o filme girará em torno de espíritos e sustos pra lá de arrepiantes. Que nada, é apenas um romance confuso, estilizado e muito exagerado.
O visual do filme é belíssimo, esse é um ponto que não posso subtrair dele. A essência do gothic horror está presente, pelo menos na estética da obra. Infelizmente, Del Toro preparou um lanche lindo, mas com gosto de bosta de búfalo...
Del Toro é um belo diretor, mas não é mais um bom roteirista. Ele devia fazer o que ele sabe e não querer dar um passo maior que a perna. Bom, talvez o ego dele seja tão grande quanto a barriga.
"E se você fosse teletransportado para dentro de um filme de terror dos anos 80"
A frase acima é a premissa base para essa divertida paródia do terror slasher oitentista. É simples assim, um grupo de jovens acaba entrando dentro do filme em uma daquelas maratonas de cinema, onde são exibidos todos os filmes da série.
Eu gosto de escrever bastante, sabe, fazer uma análise pormenorizada dos filmes, contudo, nesse caso não há muito o que escrever... O filme é simples. Não é ruim, nem uma obra-prima, é simples.
É uma paródia razoável que tinha muito potencial, mas não souberam aproveitar ele totalmente, nisso, o filme ficou bem mediano, é possível que só agrade os fãs de terror mesmo. Ele é bem bonachão, com roteiro simples e sem muita violência gráfica.
É divertido ver como os personagens que entraram no filme reagem ao assassino (Que é uma cópia picareta do eterno Jason Vorhees). Eles sabem as regrinhas dos filmes de terror e usam isso a seu favor. Regrinhas do tipo, nunca saia sozinho pro meio da floresta, nunca fume maconha e principalmente nunca faça sexo! Em filme de terror já sabe, fez sexgu, morreu!
Como vocês podem ver no poster do filme o nome original dele era "Final Girls". Não sei por que motivo a distribuidora nacional responsável pelo filme alterou (Não dá pra chamar de tradução!) para "Terror nos Bastidores". Porra, não tem merda nenhuma haver com bastidores, será que eles pelo menos assistiram o filme pra escolher o nome??
Final girl (Garota Final) é um termo usado no terror para descrever aquela última menina que foge do vilão e consequentemente acaba """matando""" ele (Com muitas aspas mesmo, porque no terror o vilão nunca morre. Né, Freddy?) .
Recomendo, "Terror nos Bastidores" só pra quem é fã de terror e não tenha nada melhor pra assistir. É interessante assistir para fins didáticos.
E você, o que faria se fosse teletransportado para um filme de terror?
"Nova Zelândia, demônios sanguinolentos e Black Metal!!!"
A Nova Zelândia é constantemente lembrada como um lugar exuberante, riquíssima em belezas naturais, além é claro de sempre listar entre os três melhores países no quesito qualidade de vida. Para aqueles que ficaram presos em uma cápsula do tempo nos últimos 15 anos e ainda não sabem, a Nova Zelândia foi o lugar escolhido para as filmagens da icônica trilogia de "O Senhor dos Anéis" (E a porcaria da trilogia do "Hobbit" também).
"Deathgasm" é um filme B neozelandês com ares saudosistas que simplesmente me arrebatou da cadeira. Uma grandiosa homenagem aos clássicos thrash gore de terror, como "Fome Animal" e "Evil Dead" tudo recheado com toques do melhor Heavy Metal!
The Power Handshake
História: Tudo se passa na fictícia cidade de Greypoint, onde Brodie, (Milo Cawthorne) um jovem recluso e amante do heavy metal, acaba se tornando órfão e passa a morar com um tio extremamente religioso. Sempre era atormentado em casa por seu tio que tentava converte-lo, assim como era bulinado na escola por seu primo valentão. Contudo, tudo muda quando Brodie encontra Zakk (James Blake), um roqueiro rebelde. Como Brodie tocava guitarra e Zakk o baixo, ambos com a ajuda de outros dois jovens, Dion e Giles, resolvem formar uma banda de metal. Numa determinada noite, Brodie e Zakk invadem a casa de uma certa pessoa, que se revela ser um ícone dos garotos, Rikki Daggers, um famoso roqueiro aposentado (E levemente atormentado...). Daggers entrega a Brodie um disco de vinil. Dentro da caixa do disco havia uma estranha partitura. Bom, não era qualquer partitura, vocês já devem imaginar... Quando a música foi tocada pelos jovens, forças demoníacas se libertaram e transformaram a maioria dos habitantes da pequena cidade em demônios sedentos por morte e destruição. Tais demônios estão apenas preparando terreno para a chegada da divindade suprema, um demônio chamado "O Cego", que diz a profecia virá a terra na Lua de Sangue para conquistar o planeta. Percebendo a cagada majestosa que fizeram, Brodie, Zakk, Dion, Giles e a charmosa Medina (Interesse romântico de Brodie) precisam unir forças para salvar todo o planeta.
É... Bem... Então... Deixa quieto...
Existem mais algumas histórias paralelas no decorrer do trama. Fiz apenas uma sinopse da história principal. O filme apesar da temática de terror, é uma verdadeira paródia de alguns aspectos da sociedade, e nem o próprio heavy metal escapou dessa brincadeira. Todas as situações são extremamente inteligentes e bem construídas. Souberam adotar o constrangimento como forma de humor, elemento esse dificílimo de ser trabalhado. Eu dei muita risada, muita mesmo. Amantes do glorioso metal irão se identificar com "Deathgasm", onde o próprio nome já é uma paródia. Deixa eu explicar... Recentemente, bandas de metal mais pesado, como grindcore e deathcrush tendem a adotar nomes extremamente violentos para nomear suas bandas. Coisas do tipo "Morte Anal", "Intestino de Porcos", "Vagina das Virgens" e "Pênis de Satã"... Na esmagadora maioria dos casos em inglês, é claro. "Deathgasm" seria algo como "orgasmo da morte". É a juventude, fazer o que né? Bom, desde que não mate, nem roube, nem estupre, tá valendo. O importante é se expressar, criar e inovar.
Não fale mal do Ozzy perto desse cara... Fica a dica.
Mencionei o sangue? Litros, galões e piscinas de sangue? Sangue escorrendo, sangue esguichando, sangue voando? Sim, o filme tem sangue, muito mesmo... Bom, não é sangue de verdade, é uma mistura de xarope de groselha com mel, mas vocês entenderam (kkk). Bom, já deu para perceber que a violência gráfica do filme é absurda, ou seja, não é uma obra recomendada para audiências mais sensíveis.
Ainda preciso mencionar que vale a pena assistir? O filme é curto, dinâmico e o heavy metal deu um toque bem original ao contexto. Os personagens são muito bem lapidados e por incrível que pareça os atores fizeram um ótimo trabalho nas suas respectivas atuações. O roteiro ainda quebra constantemente a quarta barreira, sempre hilário. E a trilha sonora? Putz, véi... Sei nem o que falar. Só posso dizer que é Fucking Heavy Metal Awesomeness!!!
O ano de 2014 realmente foi recheado de excelentes filmes... No drama tivemos "Birdman", na comédia "Grande Hotel Budapeste", no thriller o belíssimo "O Abutre". E é claro no gênero de ação/sci-fi nos deliciamos com "No Limite do Amanhã". O transudo do Tom Cruise mais uma vez arrebentou a boca-do-balão (Ou melhor dizendo, dos aliens).
E o que seria "No Limite do Amanhã"? Bem, nas palavras dos próprios produtores seria algo como: "Feitiço do Tempo encontrando Tropas Estelares". O filme é ótimo! Superou muitas de minhas expectativas.
Dá pra ficar mais épico que isso? Hmm... Pra dizer a verdade sim... É só colocar o Kratos lutando com o Goku ao fundo...
História: Em um futuro nem tão distante, nosso jeitoso planeta acaba sendo invadido por uma horda sanguinolenta de aliens. Imediatamente, uma guerra por nossa sobrevivência se inicia. Tais invasores, relativamente mais desenvolvidos do que nós, são apelidados de "Miméticos". Um despreparado major chamado Cage (Tom Cruise), que até então era apenas o porta-voz e marqueteiro oficial da guerra (Responsável por desenvolver propagandas para atrair pessoas para o alistamento), acaba sendo enviado para as linhas de frente da próxima batalha, que por sua vez, possuí ares de missão suicida. No decorrer da batalha, Cage se encontra em uma situação onde sua morte é iminente. Com um "último" ato de coragem Cage usa uma mina terrestre para matar um Mimético. O sangue da criatura se espalha pelo corpo de Cage que imediatamente se desintegra. Inexplicavelmente, Cage acorda 30 horas antes do ataque e pensando se tratar de um deja vú repete todos os seus passos até ser morto novamente (Não da mesma maneira) na batalha. Cage acorda novamente 30 horas antes da batalha... Vocês já entenderam, né? Cage simplesmente entra em um loop temporal, que por sua vez, se reinicia sempre que ele morre. Com a ajuda da guerreira veterana Rita Vrataski (Emily Blunt), Cage passará por um extensivo e torturante treino, para conseguir usar sua nova habilidade a favor da humanidade e dar um fim definitivo a essa infausta invasão.
Que fogo no rabo!
Tom Cruise está ótimo como sempre! Não adianta negar ou fazer birra... A maioria dos filmes de Cruise são excepcionais! (Perceba que escrevi "maioria". Eu tenho bom-senso, relaxa).
Cruise sabe escolher muito bem seus projetos (Né, Nicolas Cage?), que geralmente são originais, dinâmicos e até engraçados.
Algo interessante de se ressaltar é o fato de Cruise, seguindo os passos do mestre Jackie Chan, realizar a maioria de seus stunts (Cenas perigosas onde se deveria usar dublês).
Emily Blunt também está ótima como a matadora Rita Vatraski. Sempre achei ela uma atriz secundária boa, mas nesse filme (O seu primeiro filme de ação, aliás) ela atuou soberbamente. Rita não é só mais uma sidekick sem graça... A personagem dela é extremamente bem lapidada.
A trilha-sonora é um dos pontos altos do filme. Se encaixa perfeitamente em todas as cenas. Os efeitos-especiais são de primeira e não deixam nada a deixar. Pode-se imaginar por um momento que o filme é chato e repetitivo por tratar a respeito de loops temporais, onde a mesma cena seria repetida diversas vezes. Mas isso não poderia estar mais errado. O filme é incrivelmente dinâmico e original. Assisti duas vezes, e nas duas ocasiões não percebi o tempo passar. Souberam trabalhar muito bem com a cadência das sequências, sempre mostrando uma morte diferente da anterior.
O trailer passa uma imagem muito séria do filme. Na realidade, ele possui inúmeras situações cômicas. Podem apostar em diversas risadas.
O filme em si possui poucos problemas, um deles é a estrutura narrativa que por vezes não faz muito sentido. Um ponto em aberto aqui, personagem sem noção ali... Coisas desse tipo. Mas pra dizer a verdade só percebi esses detalhes na segunda vez que assisti ao filme. Existe um outro defeitinho que me incomodou bastante: o visual dos aliens. Poxa, fala sério parece um monte de fio emaranhado. Cadê a criatividade desse povo?? Será que nunca mais seremos agraciados com aliens no incrível padrão dos Predadores ou dos Xenomorfos? Tô começando a acreditar que não...
Agora a parte divertida! Quando eu terminei de assistir ao filme, já fui fazer aquela pesquisinha básica sobre aspectos técnicos e afins. Nesse trajeto descobri que o filme é baseado no mangá "All You Need Is Kill" do japonês Hiroshi Sakurazaka. Fiz questão de comprar e ler o mangá para poder fazer um análise mais pormenorizada.
Minhas conclusões são as seguintes:
Até a metade do filme os elementos narrativos são relativamente fieis ao mangá, contudo da metade até o final é totalmente diferente. Ou seja, os finais das obras seguem linhas díspares.
Achei a história do mangá melhor que a do filme. Ela é um pouco mais humana e emotiva. O filme, por sua vez, segue aquela linha hollywoodiana de mocinho super-herói.
No mangá o protagonista não era um major, e sim um simples soldado
Explicam um pouco melhor no mangá as características do loop temporal. Usam termos razoavelmente mais técnicos, sabe? Falam da influência da habilidade no cérebro do portador e quais suas consequências negativas. No filme, tudo se resumi ao sangue e pronto (Abrindo mais algumas lacunas). Será que Hollywood acha que as audiências de seus filmes são meio burrinhas? Ou eles simplificam tudo para atrair uma maior parcela da população? O que explicaria o fato deles suprimirem de muitos filmes termos científicos, comprometendo de tal maneira a qualidade da obra?
Não me entendam mal... O filme é ótimo, mas o mangá é sensivelmente melhor. Talvez se os roteiristas tivessem adaptado com maior fidelidade alguns aspectos do mangá para o filme, eles estivessem em pé de igualdade.
Apesar do filme não mencionar nada, no mangá explica o por quê de Rita usar um machado ao invés de uma arma. É simples: a arma acaba a munição e o machado (Facão no filme) não sofre dessa penalidade. A personagem de Rita é muito mais desenvolvida no mangá, sem dúvidas nenhuma.
Armadura totalmente inspirada em Halo
Sem mencionar as belíssimas ilustrações de Yoshitoshi Abe, o melhor desenhista do famoso "Death Note". Podem comprovar o que digo pelas ilustrações do mangá. Para os que ainda creem que gibi/mangá são coisas de crianças, já está mais do que na hora de quebrar com esse tabu. Basta observar com um olhar técnico/artístico. Será que não exige talento realizar centenas ou até milhares de desenhos mescla-los com uma boa história e colocá-los em um livro para o mundo inteiro apreciar?
Sim, eu acredito que seja arte. Assim como pintura, literatura ou até video-game. O poder criativo envolvido na criação desses itens é idêntico. Precisamos apenas saber utilizar toda a informação que nos é disponibilizada nos tempos atuais. Saber dividir nosso tempo para não nos tornarmos dependentes ou influenciados por tais trabalhos. É óbvio que existem crianças, adolescentes e até adultos que não sabem aproveitar de maneira coerente tais coisas. São pessoas que fazem birra e entram em discussões para defender esse ou aquele mangá/desenho/video-game/filme, sem saber respeitar o ponto de vista do próximo. Alguns de vocês podem estar pensando: "Ah, é melhor só ler, então!", "Nada supera leitura para o aprendizado!". Eu reconheço que leitura seja algo ótimo, contudo, eu conheço um monte de pessoas que leem pra caramba e são burras. Simples assim. Ler não é garantia de nada. Você pode só assistir filmes ou só ler gibis, desde que feito de uma maneira sadia não a nada que se preocupar.
Cada um tem o direito de escolher o que deseja fazer da vida... O que vai ler, assistir ou fazer. Mas não podemos subestimar outros tipos de mídias por não considerarmos algo "sério". O que não se pode é desrespeitar os outros e se for pra discutir que seja com argumentos.
Agora a minha maior surpresa... Lembra que eu falei que os aliens do filme eram horríveis? Bom, olha essa imagem aí do lado... Esses são aliens do mangá. Lixo tóxico, nada mais, nada menos! Se os designs de criaturas do filme tinham a competência criativa de uma marmota, o criador do alien original deve de fato ser uma marmota.
Poxa, o que é isso? Uma bola de basquete com dentes? Será mesmo que não era possível criar nada melhor?
Não é esse aspecto que vai destruir o mangá. Ele continua sendo excelente, contudo, é muito, mas muito desapontante ver uma obra tão bela ser diminuída por um detalhe desses.
Bom, concluindo, meus caros. "No Limite do Amanhã" é um filme excepcional! Ação dinâmica e muitas vezes engraçada. Não me arrependo de o ter assistido. O mangá é melhor, eu admito. Quem tiver a oportunidade de ler, não a perca.
Fiquei extremamente satisfeito com todos os aspectos desse filme. Ele conseguiu realizar uma belíssima mescla de ficção-científica com elementos de terror, que ainda por cima levanta relevantes questões sobre o psique humano. O mais impressionante é o seu módico orçamento. Todavia, para os que estão acostumados com as mega produções hollywoodianas não se enganem, o orçamento de "Cubo" é inversamente proporcional a sua qualidade. Acho que esse é o verdadeiro desafio para qualquer cineasta: conceber um filme magnífico com um orçamento irrisório.
O piso desse cubo deve ser muito bonito...
História: Sete pessoas, desconhecidas entre si, acordam em um gigantesco e misterioso cubo. Dentro do cubo maior existem diversos outros cubos menores. As proporções equivalem a 25x25x25.
Cada um desses cubos menores representam uma sala que pode ou não conter armadilhas mortais. Sem nenhuma outra escolha, os personagens precisarão avançar de sala em sala até encontrar a saída. Além disso, os integrantes do grupo possuem habilidades específicas: uma médica, um policial, um escapista, um design, uma prodígio da matemática...
Cada um deles desempenhará um importante papel para solucionar essa sinistra jornada, descobrindo quem os prendeu e por quê, além é claro de fugir do terrível Cubo antes que seus corpos sucumbam ao cansaço e a fome. Terão eles sanidade suficiente para executarem essa tarefa?
O conceito desse filme já é o suficiente para apavorar muita gente. Ser trancafiado com pessoas que você nunca viu, sem saber se são psicopatas, sem saber quem te trancafiou, sem saber o por quê você foi o escolhido para tamanha tortura, sem saber se você irá sobreviver...
Apesar de extremamente apelativa, a ideia de prender alguém sem motivo aparente é muito antiga, sendo o foco principal do livro "O Processo" do escritor checo Franz Kafka, publicado em 1925. Mas essa foi sem dúvida uma das intenções do filme. Assim como o livro de Kafka, o filme trata dos enclaves do enclausuramento ilógico, onde quase sempre o ser humano tende a se entregar aos seus mais ensandecidos instintos de auto-proteção.
A transformação que os personagens sofrem é indigesta. No prelúdio do filme os personagens até trabalham em equipe para superar as armadilhas dos cubos, contudo, com o passar das horas a tensão aumenta, novas informações são trazidas a tona e os personagens começam a perder o controle, se tornando cada vez mais individualistas e obcecados em escapar custe o que custar.
No fundo eu realmente adoro filmes desse gênero. Filmes que mostram a verdade, sabe? Que realmente descrevem o quanto o ser humano (Na grande maioria) é falso e mentalmente instável.
SPOILER (Só leia depois de assistir o filme) No final do filme um dos integrantes consegue escapar do Cubo, certo? E como vocês devem saber, não é revelado de fato quem estava por trás de todo esse insano mistério. Andei pensando e percebi o seguinte: "Que diferença faz saber quem foi e qual era o seu propósito?" E daí se foi o governo, ou um bilionário excêntrico, ou ainda um macabro gênio com muito tempo ocioso. No fundo foi um ser humano, certo? Creio que essa foi a proposta da trama, mostrar que o maior inimigo do homem é o próprio homem. Mostrar que todos temos um limite, e quando ultrapassamos esse limite nos tornamos outra pessoa.
O diretor de "Cubo", Vincenza Natali, dirigiu um curta-metragem que contaria o que de fato havia do lado de fora do Cubo. Contudo, Natali fez um voto solene de nunca revelar o que havia do lado de fora do cubo e destruiu o vídeo.
Rápido! Alguém traga Band-Aid e SuperBond!!
"Cubo" é recomendadíssimo! Não percam a oportunidade de assistir esse filme, que aliás é bem curtinho, contando com 1h30. As atuações, a trilha sonora, os efeitos-especias, a maquiagem e a direção são todos ótimos! Ou seja, meus caros, tudo está no seu devido lugar, funcionando coerentemente.
É notório a atual tendência da Walt Disney Pictures em adaptar seus próprios clássicos para versões live-action. Depois do detestável "Alice no País das Maravilhas" e do razoável "Malévola" chegou a hora da Disney adaptar outro de seus famosos clássicos para este estilo, no caso "Cinderela". O filme como um todo não me surpreendeu, entretanto, admito que ele possui alguns belos pontos positivos.
História: Ella é uma adorável jovem. Sua simpatia e alegria são contagiantes. Seu pai é um bem-sucedido mercador. Tudo na vida de Ella está em perfeita harmonia. Contudo, isso mudaria no dia em que sua mãe faleceu. Algum tempo depois, o pai de Ella casa-se novamente. Ávida em mostrar sua consideração pelo pai, Ella recebe de braços-abertos sua madrasta, Lady Tremaine, e suas duas meias-irmãs, Anastasia e Drisella em sua luxuosa mansão. Quando seu pai repentinamente morre em uma viagem de negócios, Ella se vê a mercê de sua invejosa e cruel nova família. Relegada a nada mais do que uma servente coberta por cinzas, e malevolamente renomeada Cinderela, por sempre estar coberta em cinzas (Cinder, cinzas em inglês), Ella começa a perder as esperanças. Ainda assim, apesar da crueldade infligida a ela, Ella está determinada a honrar as últimas palavras de sua mãe: "Tenha coragem e seja gentil". Ella não irá se desesperar mesmo com os abusos sofridos. A sorte de Ella, começa a mudar quando ela conhece um bonito e simpático rapaz na floresta. Algum tempo depois, o príncipe convoca todas as jovens solteiras do reino para um grandioso baile no castelo. Será nesse baile que o príncipe escolherá sua amada princesa. É óbvio que a madrasta e suas filhas começam a se preparar para o baile, assim como usam um estratagema para impedir Cinderela de ir. Inconsolável, Ella acaba recebendo a ajuda de sua fada-madrinha que com a ajuda de um vestido, uma carruagem e os famosos sapatinhos de cristal mudará a história de Ella para sempre.
O filme foi dirigido pelo carismático Sir Kenneth Branagh em sua primeira colaboração com a Disney. O trabalho de direção foi ótimo. Tudo estava cristalino e coerente.
O visual dessa adaptação é magnífico. Feérico na assepsia da palavra. A quantidade de detalhes é de perder de vista. A carruagem, os figurinos, o castelo... Tudo é lindo e compreensível!
Usaram CGI somente o necessário, isso me deixou incrivelmente feliz. Nada pior que o uso exacerbado de efeitos-especiais. Um título como "Cinderela" merece um apreço maior nesse quesito e foi justamente isso que fizeram.
A trilha-sonora é boa, mas não memorável. Temos duas músicas do filme original de 1950, "A Dream Is a Wish Your Heart Make" e a música da fada-madrinha, "Bibbidi-Bobbidi-Boo". A execução das músicas está um pouco diferente, nem reconheci à princípio. O roteiro faz o seu papel sem exageros ou inovações.
O grande problema se deu nas atuações, apesar do competente elenco. Lily James (Cinderela), Cate Blanchett (Madrasta), Richard Madden (Príncipe) e Helena Boham-Carter (Fada-madrinha) estão todos chatos e sem carisma. Esse é o Príncipe com mais cara de tonto que eu já vi. Helena como sempre fazendo esses papéis de fada, bruxa ou sei lá o quê... Será que ela sabe fazer alguma outra coisa além disso? A ganhadora do Oscar, Blanchett está visivelmente sem vontade, constantemente tentando externar uma expressão facial que sequer sabe fazer. Cada um tem sua opinião, mas para mim realmente não convence. Resumindo, esses bundões tiraram muito da qualidade deste filme.
Além disso, o filme não acrescenta nada de novo a essa conhecida história. Sim, eles fizeram um ótimo trabalho na maioria dos aspectos técnicos, mas mesmo assim eles deveriam ter acrescentado alguma característica original sem alterar a estrutura básica da história. Para quem já conhecia a trama foi um pouco desapontante, afinal de contas, você já sabe tudo o que irá acontecer.
A indício inicial da história de Cinderela se deu no ano 7 a.C. Nessa história, uma escrava grega de nome Rhodopis (Mudaram um pouquinho o nome dela, né?) casa-se com um rei egípcio. A história se tornou famosa e se espalhou pelo mundo inteiro. A primeira adaptação européia desse conto foi publicada em 1634 pelo napolitano Giambattista Basile.
Tanto a primeira versão cinematográfica de Cinderela (1950) como a adaptação dessa análise, suprimiram os elementos mais violentos e perturbadores do conto-de-fadas dos Irmãos Grimm. Para os que não sabem, os irmãos Jacob e Wilhelm Grimm foram dois linguistas, folcloristas e escritores alemãs do século XIX que dedicaram suas vidas à preservação dos contos-de-fada. Os Grimm realizavam a coletânea dos contos viajando e conversando com as pessoas, em especial os idosos, e relatavam tudo no papel para subsequentemente publicar. Não obstante, os Grimm são conhecidos por suas adaptações mórbidas desses mesmos contos. Perceba que os Irmãos Grimm não foram os criadores desses famosos contos, eles meramente fizeram a coletânea e a adaptação dos mesmos. Contos como "Rapunzel", "Branca de Neve" e "Bela Adormecida" fazem parte do folclore europeu, particularmente o germânico. A palavra folclore deriva do inglês "Folklore" que consiste na união dos verbetes "folk", que significa "povo" e "lore" que significa "erudição" ou "conhecimento". Ou seja, "O Conhecimento do Povo". Por tal motivo, não é necessário pagar direitos autorais para se fazer um filme ou escrever uma adaptação desses títulos. Eles foram criados pelo povo através dos séculos e sempre pertencerão a ele.
Contudo, apesar dos Irmãos Grimm não terem criado esses contos, isso não os desqualificam como importantíssimas figuras na literatura. Imaginem quantos contos foram salvos por esses dois irmãos. O mais bizarro é o fato de suas sinistras versões se tornarem as mais famosas com o passar dos tempos, muitos creditando a eles a própria criação dos contos.
Na história original dos Grimm ("Aschenputtel"), as meias-irmãs Anastasia e Drisella em um ato de desespero cortam os dedos de seus próprios pés, para que os mesmos se ajustem no sapatinho de cristal. Para o príncipe não cair nessa infausta artimanha, pássaros descem do céu e bicam os olhos das irmãs até que eles saltem das órbitas! Com isso, as irmãs viveriam o resto de suas vidas como mendigas cegas, entanto Cinderela se deliciaria com as mordomias do castelo. (Não sei por que motivo, mas eu prefiro essa versão... kkk)
Todavia, para manter o filme com uma temática mais familiar e inocente, a Disney se inspirou mais na Cinderela do autor francês Charles Perrault publicada no ano 1697. A versão de Perrault inclui a fada-madrinha e a carruagem em forma de abóbora, que por sua vez, são ausentes na versão dos Irmãos Grimm. A título de curiosidade ressalto que Perrault foi o criador do conto "Chapeuzinho Vermelho".
Sabe, "Cinderela" não é meu conto de fadas preferido. A ideia de menininha indefesa que quer honrar as palavras da mãe mesmo sob a pena de se tornar uma escrava dentro da própria casa é inconcebível para mim... Eu teria jogado uma cadeira na cabeça da madrasta e ordenado que ela saísse da minha casa. No filme, a Cinderela é muito bocó. Ter coragem e ser gentil é uma coisa, ser estúpida é outra. Talvez crianças não percebam isso, afinal o filme foi feito para essa faixa-etária. Apesar de não gostar, não irei diminuir a nota por esse detalhe.
Resumindo, meus caros, "Cinderela" é sim um bom filme. Inocente e colorido. A Disney vem revisitando seus clássicos. Às vezes eles acertam, às vezes erram. Apesar dos probleminhas, considero "Cinderela" um acerto. Um belo pedido para as crianças. Adultos e adolescentes podem ter uma visão mais exigente, mas lembrem que "Cinderela" é um conto de fadas e deve ser avaliado por sua parte lúdica e despretensiosa.
Brian Yuzna é reconhecido por todos as fãs de cinema por sua excelente habilidade de dirigir filmes bizarros com estórias muito bem trabalhadas. Yuzna, em parceria com Stuart Gordon, são as mentes por trás da adaptação para a telona de uma das história de H.P. Lovecraft, no caso, "Herbert West-Reanimator". Tal adaptação se tornaria uma das maiores pérolas do cinema oitentista de terror. Para os que não tiveram a oportunidade de assistir, estou falando do filme "A Hora dos Mortos-Vivos" (No original, "Re-Animator") de 1985.
Mestre louva-a-deus Brian Yuzna no set de filmagem de Faust (2000)
Yuzna dirigiu, produziu e escreveu diversos outros clássicos menores do terror bizarro, como por exemplo, "Necronomicon - O Livro Proibido dos Mortos", "Faust - Pesadelo Eterno", "Progeny - O Intruso", "Sociedade dos Amigos do Diabo", as duas sequências da trilogia Re-Animator e é claro o filme da análise de hoje, "O Dentista".
Fiquei surpreso em descobrir "O Dentista", sinceramente não fazia ideia que esse filmaço existia. Gosto muito de Yuzna, mas esse aqui infelizmente passou batido. Ontem eu estava lendo uma coisa ou outra em blogs de cinema e acabei esbarrando nesse título. A princípio, julgando pelas pouquíssimas imagens presentes, imaginei que fosse mais um filme genérico de terrorzinho barato. Até que bati os olhos no nome do diretor. Fiquei impressionado e não perdi tempo em dar um jeito de assisti-lo. Arrisco em dizer que esse talvez seja o melhor filme de Yuzna! No decorrer da análise tentarei explicar o porquê.
É infindável a quantidade de pessoas que sentem um pouco de medo ao ir ao dentista. Bem, pelo menos para mim é um temor claramente lógico. Afinal de contas, nunca se sabe se será necessário fazer uma obturação, aplicar anestesia, retirar um siso ou coisa pior. Eu particularmente nunca me importei muito em ir ao dentista. Sempre vi esse profissional da saúde como indispensável para o bem-estar do corpo e da mente. "O sorriso é nosso cartão de visitas", meu dentista sempre dizia. Infelizmente depois desse filme creio que nunca mais conseguirei ir ser receio nas minhas futuras consultas (Ou pelo menos com um pouco de medo).
História: Dr. Alan Feinstone (Corbin Bernsen) possui tudo o que ele desejou na vida: Uma bela esposa, uma mansão, um conceituado consultório e uma popular reputação. Contudo, tudo isso mudaria no dia de seu aniversário de casamento. Dr. Alan encontra sua esposa (Linda Hoffman) traindo-o com o rapaz contratado para realizar a limpeza da piscina. E pelo que aparentava essas escapadelas já aconteciam há algum tempo. Alan simplesmente dá carta branca para a insanidade, um verdadeiro infortúnio para seus pacientes, pois, será neles que Alan descarregará toda sua psicótica frustração.
Dr. Feinstone não encara muito bem a infidelidade da esposa e no decorrer de um dia executa uma verdadeira carnificina em seu consultório. Deixo claro que "O Dentista" possui cenas bastantes indigestas, não sendo um filme recomendado para todos os públicos, em especial crianças muito novas (Só se você quiser que ela nunca mais consiga ir ao dentista).
"Ai, mais que coisa mais feia, mais cheia de desgraça." Tom Bobim
Minha namorada me perguntou se o Dr. Feinstone era um serial killer e eu respondi não! Há uma diferença entra serial killer e spree killer.
O serial killer geralmente planeja meticulosamente todos os detalhes do ato criminoso, no caso o homicídio. Quem, quando, onde. Tudo é preparado para o dia derradeiro. Não obstante, o serial killer geralmente assassina com espaços de tempo razoáveis. Há registros de intervalos de uma semana, um mês e até mesmo um ano entre as mortes. Além disso, o serial killer tende a eliminar qualquer prova que possa lhe incriminar. Pelo menos nas primeiras mortes um serial killer é bastante cauteloso. Por tal motivo, a captura de alguns deles demorou muito tempo e alguns poucos nunca foram capturados. Contudo, no decorrer da série de assassinatos o serial killer sempre tende a ficar mais confiante e convencido, ou ainda, sua psicótica mente já não consegue mais trabalhar coerentemente, é nesse momento que ele tende a cometer algum erro que irremediavelmente levará a sua captura.
O spree killer, em contrapartida, não é tão cauteloso como o serial killer, apesar de ser tão doente e brutal quanto. O spree killer realiza a chamada matança desenfreada. É simples, geralmente uma pessoa doente ou extremamente perturbada surta e acaba matando diversas pessoas em um curto espaço de tempo, sem se preocupar muito em esconder provas ou coisas do gênero. O spree killer também não escolhe suas vítimas. Quem passar por sua frente é um alvo em potencial. Um spree killer pode sair durante a noite e passar de casa em casa assassinando pessoas até se dar por satisfeito. A captura de um spree killer geralmente ocorre logo após o episódio psicótico, entretanto, há relatos onde o psicopata praticou o spree killing em noites consecutivas, sempre matando duas ou três pessoas por noite.
O que Dr. Feinstone possui de maldade lhe falta em perspicácia. Ele mata e não se importa muito com a bagunça ou com o barulho.
O roteirista do filme foi o próprio Stuart Gordon, que mais uma vez soube arquitetar uma bela trama. Não há pontos abertos que dariam margem a interpretações errôneas. Seguimos uma corrente de eventos linear que descrevem a decaída de um homem na loucura, simples mas funcional. Descobrimos que Alan já possuía uma grandiosa obsessão com limpeza (Não só a dental), e com certeza esse foi um dos pontos que potencializaram sua paranoia. Ele simplesmente desejava "limpar" o mundo de toda a sua deterioração impura e asquerosa. Sua maneira de realizar isso era através das cavidades orais de desafortunados pacientes. Eu nunca tinha assistido um filme que tratasse de um complexo de superioridade dental. Esse conceito em si já aparenta ser medíocre, mas "O Dentista" é a prova viva de que qualquer ideia pode ser desenvolvida e transformada em algo aprazível, desde de realizada por pessoas competentes e dispostas.
"O Dentista" é um filme subestimado que conseguiu singrar não somente pelo gore clássico, mas também pelo vultuoso consciente de um psicopata. Um gore psicológico, se você preferir. O que torna essa obra realmente diferente da maioria dos filmes slasher é não sermos apresentados ao ponto de vista da vítima e sim ao do antagonista, que neste caso é o personagem principal. Temos diversos outros personagens no filme: assistentes do consultório, uma adolescente que não vê a hora de retirar o aparelho dos dentes, Mark Ruffalo (Em um de seus primeiros filmes) faz uma pontinha como o empresário de uma modelo, além de um corrupto funcionário da receita federal que fica chantageando Dr. Feinstone em troca tratamentos dentários para não acusá-lo de sonegação de imposto. Nem queira saber o que aconteceu com esse cara, uma das cenas mais grotescas que eu já vi.
Será que ele algum dia imaginou que seria o Hulk?
Corbin Bernsen simplesmente arrasou no papel do Dr. Feinstone. Uma atuação magnífica e sincera. Não precisa ser um gênio para deduzir que é muito, mas muito difícil mesmo, interpretar um psicopata. A maioria dos atores que aceitaram papéis desse gênero não conseguiram realizar nada além de lixo tóxico. Esse não é o caso com Bernsen. Sua atuação foi precisa e extremamente convincente. Um dos pontos altos do filme.
Use fio-dental!
A inspiração para o filme se deu a partir da história de Glennon Engleman (1927-1999). Engleman foi um sociopata de St. Louis, Missouri, que adotava a profissão de dentista como fachada para esconder seu ofício de mercenário. Engleman admitiu em tribunal ter matado em troca de benefícios financeiros. Também alegou que seu dom era matar sem remorso, assim como gostava de planejar os assassinatos e se desfazer dos corpos. Muitos descrevem Engleman como um serial killer... Isso pode ser debatido, uma vez que um serial killer não visa dinheiro... Bom, quem sabe... Às vezes juntou a fome com a vontade de comer. Não se sabe o número exato de vítimas de Engleman.
Glennon Engleman
Acredite se quiser mas em 1993, três anos antes de "O Dentista", um filme intitulado "Beyond Suspicion" foi lançado para a TV norte-americana. O filme contava a história de Engleman. Adivinha quem havia sido escalado na época para interpretar o nefasto ortodontista Engleman? Isso mesmo, Corbin Bernsen! Com certeza, Bernsen foi selecionado para "O Dentista" graças a sua competência profissional e sua experiência em um papel parecido.
A trilha-sonora é ótima. Além disso, foi bem empregada, encaixando-se sempre nos momentos certos. A trilha-sonora (Ou a ausência dela. Tudo depende da visão do diretor) é o elemento que mantém o suspense em um filme. Achei excelente o esmero em adotar músicas clássicas famosas, como "Tristão e Isolda" de Richard Wagner e "Vissi d'arte, vissi d'amore" de Giacomo Puccini, nas cenas mais tortuosas.
Yuzna mostrou sensibilidade ímpar na direção. Realmente absorvi a transformação do Dr. Alan Feinstone. A pesarosa decaída de um bem-sucedido profissional em um psicopata descontrolado. Foram utilizadas técnicas de filmagem simples como distorção da imagem para emoldurar esse transformação. No fundo, tudo foi bem feito.
"O Dentista" é um filme bem completo... Temos suspense, um bom roteiro, atuações convincentes, sangue, ótima trilha-sonora, uma cena de nudez (Para apimentar um pouco para audiências mais adultas) e mais sangue. Ou seja, a receita perfeita para um bom filme de terror. Se vocês tiverem a oportunidade de assistir, deem uma chance para "O Dentista", um bom filme de uma bela época do cinema, época essa que infelizmente está sendo esquecida.
História: O filme inicia-se logo após os eventos do clássico romance de Mary Shelley, ou seja, por volta do ano 1795. Adam (Como o "Monstro" é chamado no filme) encontrava-se em um cemitério preparando a cova de seu criador. Subitamente alguns seres humanoides aparecem (Mais tarde identificados como membros de um milenar clã demoníaco) e tentam negociar com Adam, para que este se una ao clã. Tio Frankie fica nervoso no decorrer da conversa e mata um dos demônios, em seguida outras criaturas surgem, desta vez são Guerreiros Gargoyles (Nossa, que viagem!), que por sua vez, aniquilam o restante dos demônios. Os Gargoyles propõe à Adam uma aliança para lutar contra as forças das trevas. Contudo, Adam recusa o convite e passa os 200 anos seguintes vagando pelo planeta. Nesse ínterim, o clã dos demônios se expandiu e se tornou maior e mais forte, estipulando como meta central a destruição dos Gargoyles e a conquista do planeta. Só que para isso eles precisaram de Adam para algum tipo de experimento macabro. Sendo perseguido pelos demônios, Adam não vê outra escolha ao não ser se aliar aos Gargoyles para por fim a esse festim diabólico.
De tempos em tempos surgem novos filmes com a intenção de renovar a imagem dos clássicos monstros do cinema. Tentar de alguma maneira atualiza-los com maneirismos e características mais contemporâneas. Recentemente isso ocorreu com Drácula, João e Maria e Lobisomem. É claro que Frankenstein não poderia ficar de fora.
Bom, apesar de Aaron Eckhart não parecer o Monstro de Frankenstein nem aqui, nem na Pirolitolândia, essa re-interpretação desse eterno personagem possui alguns pontos positivos.
A história é interessante e imaginativa, mas infelizmente não foi bem trabalhada nas 1h40 de filme. Caíram novamente no erro de dar um passo maior do que a perna. Inseriram romance, horror, drama e ação (Muita ação!), esmagando tudo na extensão do filme. Com exceção das sequências de ação, nada é muito bem elaborado.
Para se ter uma noção de como tudo foi comprimido no filme, a sinopse acima (Em itálico) se passa nos primeiros 5 minutos! É muita informação para pouco tempo. O filme tinha potencial para ser algo excelente. A história é divertida, acreditem, e daria pelo menos uma sequência se trabalhada de maneira coerente.
Mas não! Preferiram fazer um quebra-pau entre Gargoyles e demônios e pronto. Que triste... Acreditem se quiser, mas esse filme era para ser integrado na série "Anjos da Noite", desistiram da ideia no decorrer da produção. Sempre me perguntei do porquê desses produtores e diretores de Hollywood não se empenharem um pouquinho mais e, de tal maneira, realizar um filme realmente bom... Sabe aquele que fica na memória?
Tem algo irônico nisso tudo... O diretor desse filme é Stuart Beattie, o criador dos personagens de "Piratas no Caribe", ou seja meus caros, Jack Sparrow saiu da mente dele! Por que motivo ele foi dirigir algo relativamente medíocre??
E que mania miserável de transformar o visual clássico dos monstros, deixando eles mais "sexy". Porra! Vampiro bebe sangue humano! Lobisomem não faz striptease! E o Frankenstein anda torto e balbucia! Que desgraça anda acontecendo com os monstros universais... Bela, Boris, Chaney, Vincent... Todos devem estar chorando nesse momento...
É claro que muita mulher vai gostar, mas me diga onde isso parece o Frankenstein? Se o filme se chamasse "O Marombado com Cicatrizes" eu não reclamaria, mas Frankenstein não!
Uma coisa é re-interpretar e atualizar mantendo a essência do personagem, outra coisa é fazer merda! E merda é o que Hollywwod anda fazendo!
Deixando as críticas negativas de lado, no que "Frankenstein - Entre Anjos e Demônios" realmente se destaca? Sem dúvidas, na ação. Não é por nada, mas é o que salva o filme. As cenas de luta e ação são realmente extraordinárias. Os efeitos especiais são ótimos e foram muito bem utilizados. Poucas coisas conseguem superar Gargoyles degolando demônios em pleno voo.
Figurino, trilha-sonora e atuação são razoáveis.
Resumindo, se você procura um filme de ação com a temática diferente, recomendo "Frankenstein - Entre Anjos e Demônios". Tente não se apegar aos detalhes, só desligue um pouco o cérebro e curta as cenas de ação.
Lembra daquela época em que os cineastas não tinham medo de ofender as pessoas? Aquela época em que se arriscava? Em que se arregalava os olhos para o que era mostrado na tela?
Bom, Kingsman: Serviço Secreto é exatamente isso! A mais bela ação sanguinolenta e cômica dos últimos tempos. Cumpre eximiamente seu papel como entretenimento.
O elenco do filme é pra lá de competente: Michael Caine, Colin Firth, Mark Strong, Samuel L. Jackson e Mark Hamill. Além de apresentar os novatos Taron Egerton e Sophie Cookson.
História: Um excêntrico bilionário (Jackson), cansado de tantos conflitos e hipocrisia no mundo, desenvolve um projeto para dar fim a raça humana. Alguns fiéis agentes da organização secreta Kingsman deverão usar de todos os meios necessários para solucionar essa iminente ameaça.
A história base é simples, contudo, temos alguns enclaves que tonificam vários de seus aspectos. Por exemplo: Um dos agentes da Kingsman morre no começo do filme, com isso uma seleção para preencher a vaga é realizada. É aqui que somos apresentados a Eggsy (Egerton), o suposto mocinho.
Não obstante, temos conspirações, reviravoltas, e claro, muito da melhor ação descerebrada que o cérebro humano consegue produzir! (Irônico)
Em certa ocasião, Quentin Tarantino comentou que tinha escrito um roteiro para um filme de James Bond. O diretor de Kingsman, nada menos do que Matthew Vaughn (Que também dirigiu o cômico "Kick-Ass"), deve ter lido esse comentário de Tarantino e se inspirou para realizar essa fabulosa sátira. Isso mesmo! Kingsman é uma sátira das eternas aventuras de espionagem popularizadas por Bond.
Fui pego de surpresa quando descobri que Kingsman é baseado nos quadrinhos "The Secret Service" com desenhos de autoria de Dave Gibbons, que também ilustrou a história do quadrinho "Watchmen" (Um dos melhores quadrinhos já criados na minha opinião).
O filme é recheado de humor-negro, que por sua vez, ajuda a dimensionar todo o intuito da trama. É óbvio que temos algumas falhas e lacunas, mas são coisas razoavelmente simples e até podem passar desapercebidas. Uma coisa é falha, outra é exagero proposital. Li muitas críticas de pessoas apregoando o exagerado do filme. Mas entendam que nesse filme o exagero de diversas cenas faz parte da sátira em si.Os aspectos técnicos como figurino, trilha sonora e efeitos-especiais são ótimos e casam muito bem com a dinâmica do filme.
Me sinto compelido a mencionar uma das cenas, no caso, a sequência da igreja. Colin Firth provou aqui que consegue realizar qualquer papel. Estou falando de uma cena alucinante de pancadaria ao som de "Free Bird" de Lynyrd Skynyrd. Não dá para ficar melhor.
O filme é um bom entretenimento para audiências exigentes. Audiência essa que não se ofende facilmente com violência gráfica. Verdade seja dita, hodiernamente, uma boa ação precisa ir um pouco além e inovar. Kingsman conseguiu realizar isso e muito mais.
Prestem muita atenção, caso contrário... Vocês lembram o que aconteceu com o Johnny Depp no meu primeiro filme, certo?
Olá, meus caros.
A linha de divisão entre terror e horror é bastante intrincada, em especial nos dias atuais, onde ambas denominações se mesclam com imensa facilidade. Isso não é necessariamente algo ruim, pois, geralmente um acaba complementando o outro. Mas existem filmes e livros que de fato conseguiram se ater somente a um dos gêneros. Esse pequeno texto será minha contribuição para tentar emoldurar melhor a definição de cada um desses temas.
Terror está relacionado com o medo. É geralmente descrito como o sentimento de pavor que precede o evento aterrorizante. A alegórica antecipação em defrontar-se com o horror. Terror é o desconforto do corpo causado por algo que transcende o mais forte instinto de auto-proteção. É algo que faz com que se queira enclausurar-se em um salvaguardado refúgio. É uma resposta mental ao acontecimento. Terror é ainda o apogeu do medo: o susto. Após o susto, abrem se as portas para o horror ou para o alívio.
Terror é querer se esconder embaixo do cobertor para evitar o bicho-papão. É adentrar na floresta escura. Ou até fugir de um psicopata. Terror engloba o mistério e o desconhecido, e não a violência e o sangue.
Horror, em contrapartida, está diretamente relacionado com a repulsa. A simples existência de algo indigesto, de uma realidade sórdida que sentimos vontade de fechar os olhos para não presenciarmos. Uma angustiante sensação de repugnância. Uma aversão irreprimível a alguma teatralidade horripilante. Uma impressão física de espanto causado por algo medonho.
Horror é a característica reação a cenas de mutilação, estupro e assassinatos a sangue frio. Ou ainda torturas, deformações e rostos desfigurados. Horror geralmente está relacionado ao sentimento de repulsa que ocorre após se presenciar atos desse tipo.
Bônus:
Suspense, por sua vez, é o gênero que manipula o medo. Que sustenta a tensão. É o liame entre os elementos do terror. É a palpitação da mente. Suspense é a insegurança e a dúvida perante o desfecho. Não é necessariamente exclusivo do terror, pode ocorrer no gênero thriller também.
Bom, meus caros, espero ter ilustrado da melhor maneira possível as características inerentes a esses gêneros. Essas nomenclaturas levantam algumas dúvidas de vez em quando. Mais para a frente farei uma postagem com a diferença entre comédia e ação... kkkkk... Brincadeira...
Stephen Hawking é um físico britânico reconhecido mundialmente por ter criado a teoria de que os buracos negros emitem radiação. Hawking também é famoso por ter escrito uma série de livros, que por sua vez, explicam diversos conceitos físicos de maneira didática e descontraída, abusando de questionamentos filosóficos. Seu mais famoso livro (E também o seu primeiro) é "Uma Breve História do Tempo", que ficou 237 semanas na lista de mais vendidos da Inglaterra.
"A Teoria de Tudo" é baseado na autobiografia de Jane Wilde, a primeira esposa de Hawking. A biografia descreve como transcorreram os principais eventos da vida do físico, como por exemplo, seu casamento, o nascimento de seus filhos, sua conquista do doutorado e principalmente o desenvolvimento de sua doença, a esclerose amiotrófica lateral (Também conhecida como doença neuromotora). Tal doença é caracterizada pela perda de movimentos dos músculos, apesar do cérebro continuar em atividade.
O filme é realmente cativante. Uma verdadeira lição de vida, que nos mostra mais uma vez que o espírito humano é capaz de todas as coisas. Hawking, mesmo com sua deficiência, conseguiu alcançar seus objetivos e se tornam um dos pilares da física moderna.
Eu cogitei cursar física nos primeiros anos de vestibular. Eu inclusive fui aprovado no melhor curso de física do país, mas no fim acabei mudando de área. Sempre que é lançado um filme sobre física/matemática eu dispenso um pouco mais de atenção, afinal eu realmente gosto desses assuntos. "A Teoria de Tudo" não é repleta de cálculos matemáticos mirabolantes ou roteiros quase incompreensíveis como em "Interestelar". Se focaram quase que exclusivamente na vida pessoal de Hawking... Suas frustrações e suas inúmeras conquistas. Em suma, o filme conseguiu me impactar como a tempos não acontecia (Não gosto de admitir, mas eu até chorei no final).
Eddie Redmayne interpretou Hawking no filme. Em muitos momentos acreditei que era o próprio Stephen na tela. Sério, meus caros, Redmayne conseguiu encarnar a persona de Hawking. Belíssima atuação. Sem dúvidas a interpretação mais convincente de Hawking, superando e muito Benedict Cumberbatch que interpretou Hawking em 2004. Eddie ganhou o Oscar de Melhor Ator por esse papel.
A atuação de Felicity Jones, que deu vida a esposa de Hawking, também foi maravilhosa. Deram muito espaço para ela no filme. Bom, isso é de se esperar, afinal de contas, o filme é baseado na biografia dela. Era possível sentir a angústia da personagem em vários momentos. Desejaram retratar todas as dificuldades e frustrações (Sociais e até sexuais) que Jane precisou passar ao lado de seu marido. Hawking era um gênio, eu concordo, mas cuidar dele durante 30 anos não deve ter sido tarefa fácil.
O nome do filme está relacionado com o desejo de Hawking (E praticamente todo físico) de descobrir uma equação, um único raciocínio matemático que explicasse absolutamente tudo dentro do universo... Sua criação, expansão, sua constituição física e se algum dia ele retrocederá ao seu estado inicial. Portanto, "Teoria de Tudo" é um nome mais do que apropriado. Todavia, veremos no filme que o Universo pode ser a vida e as conquistas de cada um.
Os aspectos técnicos do filme, como figurino e iluminação são razoáveis. A trilha-sonora é incrível e tem muita presença no decorrer do filme. Foi composta pelo islandês Jóhann Jóhannsson. O filme é despretensiosamente inofensivo. Muitas vezes lúdico. Agradável de se assistir, transcorrendo muito bem em toda sua extensão.
Uma ou outra parte eu achei bastante controvertida. Hawking constantemente "zomba" de Deus. Nada muito grave, não estou falando de zombaria no estilo Gorgoroth (Clique aqui se tiver coragem), e sim de colocações inoportunas vez ou outra. Para Hawking não há necessidade de seguir a Deus, mesmo que se creia em sua existência. Hawking diz que as leis da físicas são perceptíveis e imutáveis. Que o Universo é governado pelas leis. Diz que podemos observar o mundo e até mesmo deduzir o futuro com considerável precisão, utilizando os conceitos da física. Para ele, pode ter sido Deus que criou as leis da física, mas uma vez que as leis se tornaram acessíveis para os homens, a crença em Deus se tornou algo obsoleto, pois Deus não interfere para quebrar as leis. Muitos descrevem sua doença como um castigo divino. Fica a encargo de cada um tirar suas conclusões.
Somos apresentados a cenas bem subliminares sobre o relacionamento de Hawking com sua esposa Jane. Momentos de sacrifício inerentes a qualquer casamento, mas que foram substancialmente potencializados pela doença de Hawking. No decorrer da trama somos expostos a um quadro das necessidades humanas mais primordiais. É claro que na vida real deve ter sido mil vezes pior do que é retratado no filme. Jane Wilde foi uma verdadeira heroína. Poucas pessoas teriam suportado a pressão que durante anos ela precisou carregar.
Como eu disse, me comovi ao final do filme. A história de superação de Hawking é inspiradora. Ele nos mostrou que basta acreditarmos em nossos sonhos para atravessarmos os limites físicos do homem. O ser humano foi feito para conseguir, foi feito para se superar. Robert Berman, um dos professores de Hawking, disse sobre ele: "Só era necessário para Hawking saber que algo poderia ser feito, e ele conseguia fazer sem ver como as outras pessoas o faziam". Hawking superou as expectativas dos médicos, que lhe deram 3 anos de vida quando a doença foi diagnosticado, e mostrou para o mundo o que ocorre quando um ser humano está determinado em realizar seus sonhos.
Hawking continua a escrever e a dar palestras ao redor do mundo. Recentemente fez declarações drásticas sobre a sua teoria original, ressaltando que grande parte dela estava errada. O problema é que a grande maioria dos físicos do mundo já acreditam na fundamentação da teoria dele e não querem admitir tal conclusão. Ah... Bastidores do mundo da física... Deve ser demais entrar numa reunião de físicos, né?
Hawking também é reconhecido por sua teoria de que existem infinitos universos paralelos ao nosso, assim como é reconhecido por suas teorias sobre viagem no tempo.
Hawking ocupou dentre 1979 e 2009 o posto de Professor Lucasiano de Matemática na Universidade de Cambridge, onde concluiu seu doutorado. Essa cátedra já foi ocupada por Sir Isaac Newton.
Hawking recebeu diversos prêmios no decorrer de sua vida, inclusive a Medalha Presidencial da Liberdade (O maior prêmio dado a um civil pelo governo dos Estados Unidos) e o título de Cavaleiro do Reino Unido (Sir). Todavia, mesmo sendo inglês, Hawking recusou essa última honraria. Aparentemente o motivo foi um protesto a falta de financiamento para as ciências pelo governo inglês na época.
Recomendo "A Teoria de Tudo" para todas as audiências. É um filme realmente agradável que nos transmite uma mensagem muito importante: Sempre continuar, não importando as circunstâncias. Também é uma ótima maneira de se aproximar um pouco mais do mundo da física e quem sabe se apaixonar por ele. Para quem quiser seguir esse caminho, lhes garanto que ainda existem inumeráveis mistérios para serem descobertos no Universo. Como o próprio Hawking disse: "Não deve haver barreiras para o empenho humano. Por mais difícil que a vida pareça, onde há Vida, há Esperança".