Bubba Ho-Tep (2002)

Olá, meus caros.

Elvis está vivo! Literalmente! Essa é a premissa básica desse filme. 

Atualmente, Elvis tem 68 anos e vive num lar de idosos no leste do Texas. O que ocorreu foi o seguinte... Aparentemente, muitos anos atrás e cansado da fama, Elvis decidiu trocar sua vida com a de um sósia e viver como uma pessoa normal daí pra frente. Eles fizeram contrato e tudo atestando a troca, assim seria possível do Elvis real retomar sua vida a qualquer momento. O problema é que o sósia era viciado e acabou morrendo de overdose. Assim como, o contrato acabou pegando fogo (Coisas de cinema). Nisso, o Elvis real acabou ficando preso na vida do sósia, pois, ninguém acreditou que ele era o verdadeiro Rei. Todos no asilo riem quando ele diz que é o Elvis verdadeiro, e acreditam que ele é um sósia ficando senil. Somente uma pessoa acredita na história do Rei... Um negro de cadeira de rodas que atesta ser na realidade John F. Kennedy (A explicação é demais, só assistindo o filme para descobrir). Para apimentar o filme ainda mais, uma milenar múmia acaba voltando a vida e começa aterrorizar os moradores do asilo, sugando suas almas por um orifício bastante peculiar do corpo humano... Entende, né? Elvis e Kennedy precisam unir forças para derrotar essa nefasta ameaça egípcia e assim proteger seus companheiros de asilo.

Quem interpreta Elvis no filme? Nada mais, nada menos que Bruce "Fucking" Campbell (Um de meus atores favoritos, aliás). Bruce é o Rei do cinema B e nada mais justo do que um Rei interpretando outro. Ele encarnou o Rei do Rock em tantos níveis diferentes que é difícil de não se convencer que ele é o real-deal. O carisma de Bruce Campbell precisa ainda ser igualado, ele simplesmente rouba a cena em qualquer filme. É um deleite ver as situações constrangedoras que Elvis passa no filme e a maneira canastrona que ele passa para os demais companheiros do asilo. Realmente parece um estrela em decadência.

Elvis Presley & John F. Kennedy
Por mais insensata que a história possa parecer, garanto-lhes que a diversão é garantida. O filme é uma mescla de terror com bom humor. Ele consegue atingir um patamar ótimo de qualidade que alguns filmes mais "sérios" sequer sonham em alcançar. Além da comédia nonsense e do terror trash, a história ainda conseguem tocar em temas como o envelhecimento das pessoas nos asilos, onde a maioria das pessoas, inclusive família, sequer ligam mais pra elas. Assim como ver o outro lado, Elvis e Kennedy são profundamente ressentidos por não estarem ao lado de seus filhos quando eles precisavam. Além de ser um filme sobre múmias sugadoras de almas, é também uma grande exploração do arrependimento, da perda da dignidade e do avança da senilidade na sociedade moderna.

O filme foi baseado num conto de Joe R. Lansdale, e foi adaptado e dirigido por Don Coscarelli, o responsável por trazer ao mundo a excelente franquia "Fantasma", iniciada em 1979.

The King vs. The King of the Dead
Para os que estão se perguntado, Bubba Ho-Tep significaria algo como "faraó caipira". E já que mudei um pouco o assunto, vamos falar dos aspectos técnicos da obra. É de se imaginar que o orçamento para filmes assim seja baixo, todavia, essa que é a beleza do filme. Há uma apelação muito grande em assistir um filme que é perceptível a falta de orçamento que ainda assim consegue nos entregar uma obra sensacional. Na minha opinião, isso é o que torna um cineasta bom: Conseguir fazer muito com pouco. A maquiagem da múmia é demais e a trilha sonora sensível e soturna. Bubba Ho-Tep é sem dúvidas uma primorosa conquista para o cinema trash de terror. Recomendo veementemente para os adoradores desse gênero. E espero com todo meu coração que Bruce Campbell volte a interpretar o Rei em alguma futura oportunidade. Vida longa ao Rei!

NOTA: 9
You don't fuck with the King!
Uma Aventura na África (1951)

Olá, meu caros.

Faz praticamente um ano que não faço nenhuma análise, mas depois de assistir "Uma Aventura na África" não tive como me conter mais. Esse filme é simplesmente uma obra-prima.

Ele conseguiu fazer o que pouquíssimos filmes conseguiram: unir diversos gêneros como aventura, drama, romance e manter uma consistência ímpar, sem esmorecer, ficar confuso ou tedioso.

História: Durante a Primeira Guerra Mundial um capitão beberrão é convencido por uma missionária a atacar uma embarcação do exército alemão que patrulhava um gigantesco lago africano.

Temos três dos maiores nomes do cinema envolvidos nessa produção. John Huston como diretor (Arrisco dizer que foi seu melhor trabalho), Katherine Hepburn (Só ganhou 4 Oscars de melhor atriz) como a missionária e o canastrão Humphrey Bogart como o capitão.

O nome original do filme é "The African Queen", que por sua vez, também é o nome do barco em que os protagonistas pretendem realizar sua missão.

Katherine e Bogart contracenam praticamente sozinhos no filme inteiro. Pode parecer chato ver um filme com apenas dois atores, mas acredite, nesse caso a construção dos personagens é tão incrível e sua interação tão orgânica que em nenhum momento o filme fica enfadonho. Cada nova cena é uma aventura, um desafio, uma paixão. Nessa jornada eles aprenderão a superar os mais incríveis desafios e descobrirão que o amor pode aparecer nos lugares mais inesperados.

A cinematografia é belíssima. Filmado no Congo, sentimos de fato a imersão na atmosfera do filme. A trilha sonora é memorável e casa com primor com o feeling da aventura. Huston criou uma aventura apaixonante com um desfecho extremamente gratificante.

O ritmo do filme estava muito a frente de seu tempo, se sustentando sem problemas com audiências mais modernas. Repleto de ação e boas atuações, "Uma Aventura na África" é um pináculo do bom cinema.

NOTA: 10