Annabelle (2014)


Olá, meus caros.

Muito se falou deste filme no decorrer do ano... E depois de muito meditar na longínqua taiga siberiana, acabei chegando a modesta conclusão de que este filme não passa de um lixo adiposo do lodo da ignorância. Um verdadeiro plágio, sem uma grama sequer de originalidade. 

Além disso, o motivo pelo qual este filme foi feito revolta qualquer amante da bela arte do cinema: Dinheiro! Apenas isso. Nada de amor pela arte, apenas dinheiro. Nada de agradar os fãs de terror, apenas dinheiro...

Sem dúvidas, um ser que diz qualquer coisa favorável sobre Annabelle, realmente não deve ter assistido os clássicos do cinema de horror. Filminho simples que reaproveitou a didático dos clássicos para realizar um plágio bem meia boca, com um roteiro digno de contundentes ataques de vômito e atuações que nos levam a tentar o suicídio. O filme não consegue manter uma cadência mínima satisfatória, se desintegrando aos poucos e culminando em um final nada satisfatório. 

Uma vergonha para os filmes de terror!

Vamos lá, deixa eu explicar um pouco melhor essa história... 

Como explicado na análise de "Invocação do Mal", Annabelle é de fato uma boneca verdadeira. Ela está exposta em um museu pertencente ao falecido Ed Warren. Hoje sua esposa Lorraine administra o lugar. Ed & Lorraine foram demonólogos que resolviam casos relacionados ao sobrenatural. Para cada caso resolvido, eles guardavam um souvenir (Para eles eram receptáculos obscuros que continham as forças das trevas!)

Um desses "troféus" foi Annabelle. Ela ficou lá, guardada em uma cristaleira durante anos, sendo benzida por um padre a cada mês (É sério!), pois, o demônio que a usou como canal para suas travessuras era muito forte, algo desse tipo...


Um belo dia, o mestre James Wan resolve dirigir um filme contando a história de um dos casos de Ed & Lorraine Warren. O filme em questão é "Invocação do Mal" (Para maiores detalhes, leia a análise anterior a essa). Essa "graciosa" boneca até aparece no filme, mas não como personagem principal nem nada, apenas um objeto. 

Como "Invocação..." foi um tremendo sucesso de crítica e público, é claro que os produtores iriam aproveitar para fazer um dinheirinho extra. "Annabelle" foi feito na pressa mesmo, com apenas um ano de diferença para "Invocação...". 

O filme "Annabelle" é um spin-off (Material relacionado indiretamente com a história principal de uma série) de "Invocação...", que por sua vez, possuí sequência confirmada para 2016. "Annabelle" conta a suposta origem da boneca.


Não preciso dizer que um ano não é suficiente para se fazer um bom filme desse gênero, ainda mais com os roteiristas palermas de hoje em dia. Tudo ficou refletido na qualidade do filme, que não passa de uma cópia barata de filmes de terror antigos. Deixa eu esmiuçar isso:

- O filme se passa em um apartamento... Hum, alguém lembrou de "Bebê de Rosemary"?
- A protagonista está grávida... Acho que ainda continua em "Bebê de Rosemary".
- A protagonista até vai comprar livros sobre demonologia na livraria, igualzinho como Rosemary fez!!!
- Demônios e espíritos para todo lado: cópia de "Horror em Amityville".
- Boneca assassina: Sério? Será que eu preciso comentar?
- Portas se fechando sozinhas toda hora! Sério, TODA HORA! Acho que até parece "Atividade Paranormal" (Que também é uma bosta!), certo?
- Temos um padre tentando ajudar a família: Será que lembra "O Exorcista"?




Resumindo, juntaram tudo que essa juventude sem senso crítico gosta e lançaram essa porcaria. Eu fico realmente triste, pois, até é uma ideia com bastante potencial. Bonequinha dos espíritos e afins. Daria para fazer algo consistente e singular para ficar na história do cinema.

Para provar um de meus argumentos sobre o porquê esse filme foi feito... Lembra que eu falei que era apenas por dinheiro, certo?

"Invocação do Mal" custou $20 milhões de dólares. Arrecadou $320 milhões de dólares.

Os produtores aproveitaram a fama de "Invocação...", plagiaram um filme, colocaram um diretor inexpressivo para dirigi-lo fizeram uma massiva campanha de divulgação e o resultado:

"Annabelle" custou $6.5 milhões de dólares. Arrecadou $252 milhões de dólares. Um retorno maior do que "Invocação...".

Não tem jeito... É show business, é dinheiro... A paixão ficou para trás faz tempo. Cinema virou um meio de fazer dinheiro, apenas isso. Poucos cineastas conseguiram sobreviver com os ideais de antigamente, e só quando sobra um dinheirinho as produtoras os deixam realizar uma obra de caráter fiel aos clássicos ou com inovações e ideias realmente originais.

Para concluir, ressalto as péssimas atuações de "Annabelle". Nada me irrita mais do que uma atriz que não saiba chorar. Elas ficam balbuciando palavras em meio a caretas ridículas e querem que seja considerado choro? A Meryl Streep deveria dar umas aulinhas para essa geração insignificante de atores e atrizes.

A realidade é a seguinte: os "atores" e "atrizes" de hoje em dia não ingressaram nessa profissão por competência, e sim por serem modelos bonitinhos ou filhos de alguém (O nepotismo está beirando a insanidade atualmente). Eles conseguem papéis mais por se enquadrarem na estética que o diretor de casting deseja do que pela habilidade na arte da atuação. Com isso, pessoas com senso crítico um pouco mais apurado (Às vezes nem precisa tanto) presenciam verdadeiras atrocidades, que acarretam incontáveis dores de cabeça.

A trilha-sonora eu nem lembro e sinceramente: Fod***!

Só possuí alguns bons efeitos-especiais. Coisa que qualquer nerd consegue fazer com um Game Boy. Vale infinitamente mais a pena assistir o "Bebê de Rosemary" novamente.

Fiquei com esse rosto quando terminei de assistir!
Não recomendo "Annabelle" para ninguém. 

Resumindo: 

1º James Wan fez um ótimo filme e os produtores aproveitaram-se dele. 

2º Só haverá um boneco assassino na história do cinema! Eles podem tentar mas nunca irão conseguir!

 Foda                                Lixo
NOTA: 1

Invocação do Mal (2013)

Olá, meru caros.

Invocação do Mal, no original "A Invocação" (The Conjuring), foi dirigido pelo mestre malaio James Wan

Em 2004, Wan, junto com seu amigo Leigh Whannell, realizaram o primeiro filme da saga Jogos Mortais. A ideia foi de ambos, contudo, Wan ficou com a direção e Leigh com o roteiro. Nos anos subsequentes, Wan dirigiu alguns filmes de qualidade razoável, dentre eles: "Silêncio Mortal", "Sentença de Morte" e "Sobrenatural". Todavia, foi somente em 2013 que Wan de fato conseguiu novamente impactar o mundo do cinema. "Invocação do Mal" é um filme verdadeiramente excepcional. 


A história discerne a respeito dos misteriosos casos de aparições demoníacas. Aqui pode haver algumas complicações na compreensão da história... "Invocação do Mal" é um relato semi-fictício de um caso de possessão demoníaca. Os fatos seguintes são verdadeiros.

O filme se passa no ano de 1971. A família Perron havia comprado uma mansão por um preço bastante acessível. Tal mansão estava localizada à beira de um lago no interior de Rhode Island. Os Perron consistiam em 7 membros. Roger, o pai (Interpretado por Ron Livingston), sua esposa Carolyn (Interpretada por Lili Taylor, sem dúvidas a melhor atuação do filme) e suas 5 filhas. Não lembro o nome delas, portanto, irei inventa-los agora: Firefoxi, Grundinha, Chicletes, Pizza III e Retardox (Eu confesso, realmente não lembro o nome delas... kkk)

Uma suposta entidade maligna vivia na mansão. A família Perron, cética no começo, não estava mais suportando as incautas manifestações do demônio, que por sua vez, tocava o puteiro sempre que possível. 

Com isso, Carolyn resolve buscar ajuda profissional para dar um sossega-leão no tio Lúcifer (Pode chamar de Lucy se você for íntimo). Os Caça-Fantasmas foram chamados (Opa, esquece... Filme errado...). Na realidade, os Fucking Fudidões Ed & Lorraine Warren foram contactados para resolver o problema.


Bom, Ed Warren e sua esposa Lorraine foram realmente os maiores demonólogos do mundo. Ed faleceu em 2006, mas Lorraine continua viva. Eles possuem um mini-museu nos fundos de sua casa em Monroe, Massachusetts. O museu apresenta peças de casos que o casal solucionou no decorrer de sua vida: armadura samurai, estátuas, brinquedos, artefatos antigos. E dentre eles, a infame boneca Annabelle

Sim, Annabelle realmente existe na vida real! Ela é um "troféu" de um dos casos solucionados pela casal Warren.

((Entendam isso, meus caros, Annabelle não passa de um objeto neste filme. Uma simples boneca. Tudo bem que é uma boneca do Tio Belial, mas ainda assim é uma boneca. Ela até aparece em uma cena com um pouco mais de destaque, mas não é um personagem de maneira alguma.))

É inclusive recomendado que os visitantes do museu não toquem em nada, pois, existe um risco de transferência das maldições dos objetos para as pessoas. Um padre abençoa os artigos do museu uma vez por mês (É verdade, eu juro!).

Continuando...

Ed era um experiente demonólogo, aliás, ele é o único demonólogo não-ordenado padre reconhecido pela Igreja Católica. Lorraine é uma clarividente que consegue ver um punhado de coisas super-marotas espalhadas pelos mais diversos recantos da Via Láctea: Demônios, elfos, demônios, garotinhas possuídas, demônios, aliens, Ipods possuídos e, é claro, Ron McDonald (Aquele motherfucker, mensageiro das legiões infernais).

Patrick Wilson, um ator que vem ganhando espaço a algum tempo, dá vida a Ed Warren. Frio e conciso, garantiu uma performance excelente. Vera Farmiga interpreta Lorraine, igualmente uma bela atuação. Os dois demonstraram uma ótima sincronia no filme, quase todas as cenas ambos estão juntos. Fica claro a devoção um pelo outro, um aspecto romântico esmiuçado na medida certa.

Bom, meus caros, é basicamente isso. Uma família atormentada por demônios que busca ajuda de dois auto-intitulados especialistas para resolver esse furdunço maléfico. 

Se você acredita em tais assuntos ou apenas acha que esse tipo de situação é uma invenção de pessoas que não tem o que fazer, fica a seu critério decidir. Ed & Lorraine receberam críticas por toda sua vida de psicólogos que os consideravam apenas dois charlatães que sabiam escrever bem (Eles são autores de diversos livros sobre o assunto). Mas por que será que muitas de suas intervenções supostamente deram resultados? Será que é só uma invenção ou realmente as forças das trevas imperam em nosso meio?

Deixando as estipulações de lado por um momento, irei me ater mais ao conteúdo do filme daqui para frente. Independente de crenças pessoais, não podemos tirar o mérito de ser um ótimo filme. Muito bem filmado, "Invocação do Mal" nos transmite de maneira enérgica e macabra a sensação de horror e angústia inerentes à situações desse tipo. O filme mantém uma cadência surpreendente do começo ao fim, te prendendo a narrativa de uma maneira que nos faz lembrar os antigos grandes clássicos de terror.



O filme possui apenas referências aos eternos filmes de horror, em especial "O Exorcista", "Evil Dead" e "Horror em Amityville". Homenagens simples e sinceras destes filmes que tanto marcaram nossa concepção de cinema macabro, que por sua vez, é o gênero favorito de muita gente. Doravante, "Invocação..." possui seu tom de originalidade, e nos presenteia com momentos (E muitos sustos!) ainda não explorados.


Um filme muito bem trabalhado, contando com 1h50 de duração, todos os personagens foram lapidados, e na medida do possível demonstram ótimas atuações. Tiro meu gorro-do-Kiko (Não tenho chapéu...) pela atuação de Lili Taylor. Um papel pesado que ela soube segurar muito bem.

A trilha-sonora foi brilhantemente composta e adequá-se perfeitamente a todas as cenas. A cinematografia é ótima. Um salva de palmas para Wan. Por fim, preciso comentar sobre o roteiro, escrito pelos gêmeos Chad e Carey Hayes. Os que me conhecem sabem que o roteiro é a peça central de um filme na minha opinião. Eu simplesmente não consigo assistir um filme mal escrito, com cenas e diálogos sem pé nem cabeça. Pode ter o efeito-especial que for, eu não ligo. O que importa mesmo é o roteiro. Só ele é suficiente para se fazer um bom filme. Para os que não concordam, sugiro que assistam "12 Homens e uma Sentença". Em "Invocação..." somos agraciados com um roteiro muito bem trabalhado que soube bater em todas as teclas. Sem furos, sem diálogos desnecessários e repleto de informações sobre a atmosfera que permeia os fenômenos sobrenaturais.


O filme foi muito bem recebido pela crítica mundial, inclusive por mim, mas é claro que ele possuí uma ou outra falha, caso contrário, eu seria compelido a galardoa-lo com um digníssimo DEZ. Algumas atuações ficaram por desejar, não obstante, no último terço do filme o suspense é simplesmente interrompido, abrindo espaço para a irrefreável corrida contra o tempo para eliminar o demônio, e acaba se tornando relativamente previsível. 

Não quero comentar muito mais sobre o filme, talvez eu caia no erro de apresentar alguma informação que caracterize um spoiler. Todavia, deixo claro que James Wan é uma das figuras centrais responsáveis por salvar o cinema de terror da atualidade. Ainda há esperança!

NOTA: 8

Elvira - A Rainha das Trevas (1988)


Olá, meus caros.

Na início da década de 80 uma figura bastante peculiar surgiu no universo televisivo. É claro que estou falando de Elvira, A Rainha das Trevas! Ela era a anfitriã do Movie Macabre, um programa que apresentava filmes de terror antigos, mas só os de qualidade nada convidativa. Em sua totalidade apenas filmes B da década de 50 e 60. Obras com patamares inconsistentes para serem considerados filmes de primeira linha. Bem provável que foram trasheiras retiradas de algum depósito obscuro de algum estúdio já falido. Nada de prêmios para esses... Bom, não é porque um filme é ruim que ele é ruim, certo? Melhor eu explicar isso um pouco mais... (kkk)

Quando eu morrer diga que eu era algo além de um belo par de seios...
Diga também que eu tinha um belo par de pernas!
A questão é que muitos gostam de filmes assim, inclusive eu! (Acho que todo cinéfilo...) O que vale é a intenção na realização de um projeto... (Certo, Ed Wood?) Esses tipos de filmes antigos, com sua imanente qualidade inferior, até possuem bons momentos... Além do mais, certas cenas são até cômicas, seja pelas terríveis atuações ou pelos tenebrosos "efeitos-especiais". No geral, vale a pena assistir à um filme assim uma vez por semana.

E era justamente isso o que acontecia no Movie Macabre. Toda semana, Elvira entrava em cena para apresentar esses "pérolas" com muito bom-humor. Seu estilo de Valley girl durona com tons de macabro e um decote que fez a felicidade de muita gente, a tornaram uma celebridade instantânea.

Como funcionava o programa? Era razoavelmente simples. Apesar de possuir a temática de um programa de terror, o Movie Macabre era em grande parte um programa humorístico que tirava sarro dos péssimos filmes que apresentava. Elvira sempre sentada em um divã vermelho fazia a apresentação inicial do filme a ser exibido. Tudo recheado com piadinhas bobas, porém, de extremo bom gosto. Nada de sacanagem, como hoje em dia os programas humorísticos ganham a vida. Apenas clichês sinceros que tardam a envelhecer. Piadas de duplo-sentido inocentes, sarcasmo, muita carisma e a perceptível paixão devotada a atender os anseios dos amantes de cinema. No decorrer do filme, Elvira interrompia e fazia algum comentário de algum cena que não fizesse sentido. Existem muitos episódios na Internet para aqueles que quiserem se aprofundar mais um pouco.

Sei que nem comecei a falar do filme em si, mas me sinto obrigado a explicar como a trajetória de Elvira começou.

Elvira é a persona da carismática Cassandra Peterson. Nascida em Manhattan, Kansas (kkk! É verdade, ela até faz brincadeiras com isso.), Cassandra desde pequena sempre se interessou pelo macabro. Logo que terminou o colegial mudou-se para Las Vegas afim de tentar a vida artística. Conseguiu alguns empregos como dançarina (Showgirl), inclusive no famoso cassino The Dunes (Hoje demolido), onde conheceu Elvis Presley (Diz a lenda que tiveram um caso). Viajou para a Itália na década de 70, onde se tornou vocalista de duas bandas de rock: "I Latins Ochanats" e "The Snails". Nesse período, Cassandra teve um breve encontro com o maior diretor italiano de todos os tempos, Federico Fellini. Este, por sua vez, deu um pequeno papel para Cassandra em seu filme Roma (1972). Quando ela voltou para os Estados Unidos, ficou por alguns anos fazendo turnês com sua trupe de comédia, "Mamma Boys". Em 1979, ingressou em outro ato de comédia, "The Groundlings", ao lado de Paul Reubens, o eterno Pee-Wee Herman. Nesse projeto, Cassandra desenvolveu sua personagem com traços que seriam incorporados mais tarde por Elvira: Sotaque californiano, durona e sincera.
Hello!
HELL-O!
Em 1981, os produtores de um extinto programa de terror, o Fright Night, que foi ao ar até o falecimento de seu apresentador Larry Vincent, decidiram revive-lo com uma didática mais atualizada, não obstante, optaram por colocar uma mulher para apresentá-lo.

Larry Vincent a.k.a. Seymour
A eterna Vampira, persona de Maila Nurmi, que já possuía experiência como apresentadora, pois na década de 50 participou de um programa praticamente idêntico, o The Vampira Show, foi convidada para apresentar o novo programa, contudo, a mesma acabou desistindo devido a diferenças profissionais. Nisso, os produtores abriram as chamadas para os testes de seleção. Cassandra participou e foi selecionada. Sua ideia inicial era fazer uma personagem parecida com a de Sharon Tate em "The Fearless Vampire Killers". Os produtores rejeitaram essa concepção. Com isso, Cassandra pegou elementos da personalidade de sua antiga personagem de "The Groundlings", mesclou com a aparência macabra de Vampira, e acrescentou alguns detalhes peculiares: a forte maquiagem, uma faquinha na cintura e sua peruca característica. Nascia Elvira, A Rainha das Trevas, apresentadora do Movie Macabre.

Maila Nurmi a.k.a. Vampira
The Breast... ops, Best of the Movies!
O programa ganhou notoriedade e uma legião fiéis de fãs. Apesar de cancelado em 1986, o Movie Macabre retornaria em 2010 e depois em 2013, com uma reapreciação da obra de Elvira pela geração atual. Elvira é considerada um símbolo cult.

Agora sim! Finalmente começarei a falar do filme! Em 1987, Elvira perdeu um pouco de seu status e já estava começando a entrar em um relativo esquecimento. Todavia, ela já havia reunido atenção suficiente para ser considerada material cinematográfico. Nisso, os produtores da NBC decidiram aproveitar o último sobro de vida de Elvira e realizar um filme com a personagem para arrecadar um pouquinho mais de dinheiro. O que eles não esperavam é que, apesar do filme ser uma slapstick comedy com um tema diferenciado, acabou sendo um fracasso. O filme saiu em 1988, custou 7,5 milhões de dólares e arrecadou 5,5 milhões. Isso encerrou a carreira de Elvira por algum tempo.

O início do filme é um reflexo do próprio programa Movie Macabre. Elvira é a anfitriã de um programa barato de terror. Depois de se demitir da emissora em um ataque de raiva, devido ao abuso do dono da emissora, Elvira recebe uma mensagem que dizia que uma tia distante havia falecido e consequentemente deixado grande parte de seus bens para Elvira. Com a herança, Elvira sonhava em financiar um show em Las Vegas para mudar de vez o rumo de sua vida. Com isso, Elvira atravessa o país em direção a Fallwell Mass, uma cidadezinha conservadora de 1313 habitantes. Sua chegada não é bem recepcionada pela "Moral" da população, que controla quase todos os aspectos de comportamento na cidade. Não obstante, o tio maléfico de Elvira (O nome dele é Vincent... Será que é uma homenagem a quem??) deseja colocar as mãos sobre a herança. Elvira não dá muito importância para o que herdou: uma casa grande e antiga, um poodle chamava Algonquin, e o que parece ser um "livro de culinária" criptografado. Este livro é na verdade um poderoso tomo de magia, que permitirá a Elvira a tomar seu lugar verdadeiro como a "Rainha das Trevas", ao não ser que seu tio consiga se apoderar dele e liberar o apocalipse. Com a ajuda dos adolescentes da cidade e do dono do cinema local, Elvira está determinada a ajudar a cidade e salvar o mundo!






Com certeza esse filme não irá mudar o mundo ou alterar a maneira como os filmes são feitos. Creio que nem mesmo servirá de influência para algo. É um filme simples com uma personagem diferente. Contudo, deixando de lado as críticas mais exigentes, o filme cumpre a tarefa principal atribuída ao cinema: entreter. No fundo, no fundo, é isso que conta. O filme não é ruim, de maneira alguma.

É um filme de comédia/terror bem leve que soube aproveitar bem todas as cenas. Não há nenhuma parte desnecessária. O filme consegue manter uma cadência boa do começo ao fim, diferente de alguns que começam bons, mas terminam em inexoráveis suicídios cinematográficos. A maioria dos personagens são fracos; sem muito desenvolvimento. Mas no fim das contas tudo funciona e convence no medida do possível.

Futuro volante de meu carro!
O filme nos passa aquela conhecida mensagem de tolerância de nunca julgar alguém por sua aparência. Tudo é bastante previsível e estereotipado, as piadas são propositalmente ruins, mas o filme possui suas partes boas: uma cena homenagem a Flashdance; boa trilha sonora com um ou outro Rock 'n' Roll; as músicas quase apavorantes dignas de filmes da Hammer da década de 60 e um vilão louquinho para se tornar o Lord das Trevas utilizando os obscuros poderes da magia (Bem antes de Tom "Sem-Nariz" Ridley a.k.a Voldemort aparecer por aí).

Klaatu Barada Nikto!
Só senti falta de mais terror... Afinal de contas, Elvira era uma apresentadora desse tipo de filme, certo?

Todo o brilho fica por conta de Elvira. Deram todo o espaço necessário para que ela demonstrasse quem de fato seu personagem é. Seu estilo é eterno e sempre viverá na mente daquelas que conseguiram assistir esse filme na época certa.

Concluindo, meus caros, recomendo Elvira - A Rainha das Trevas para todos. Talvez não mude sua vida, mas com certeza te fará dar algumas belas risadas. E para os que não conhecem a persona de Cassandra Peterson será a melhor maneira de se aventurar no macabro universo de Elvira e quem sabe continuar pelo caminho das pérolas do cinema B.

NOTA: 7.5
Unpleasant Dreams!