Sniper Americano (2014)


Olá, meus caros.

Realmente leiam essa análise antes de assistir a este filme! Vou estar salvando o tempo de vocês.

Dirigido por Clint Eastwood, "American Sniper" me decepcionou muito. Mais um filminho onde os EUA são os heróis e podem fazer o que quiser para "salvar" o mundo da tirania terrorista. Uma verdadeira propaganda do "heroísmo" americano! Um cachorro lambendo a própria caceta. Essa é a única frase que me vem a mente para descrever esse filme. 

Sabe, eu concordo com a intervenção militar dos EUA no Oriente Médio, mas não da maneira que foi feita. Sabe que tipo de valores os iraquianos ou afegãos se importam? Legalizar o casamento de meninas de 14 anos, fazer as mulheres se vestirem da maneira que os homens desejam, intolerância a outras religiões que não o islamismo, oprimir as minorias étnicas, doutrinação prematura de jovens ao movimento extremista jihad... Dentre muitos outros belíssimos "valores".

O pretexto para a invasão americana no Iraque/Afeganistão se deu sob as seguintes circunstâncias:

- Guerra do Iraque (2003-2011) - Acusação de que o país possuía armamentos nucleares; Extinguir o governo de Saddan Hussein; Pacificar a região.

- Guerra do Afeganistão (2001-2014) - Retirar o grupo extremista Talibã do poder; Desestruturar a organização terrorista Al-Quaeda. (Bônus: Vingancinha pelo 11 de setembro)

Bom, em relação a existência de armamentos nucleares no Iraque, todo mundo já sabe que isso foi uma grandiosa mentira. Além do mais, o exército estadunidense (Odeio chamar de americano! Todo mundo que nasce na América é americano, não só eles. A América não é um país!) poderia muito bem ter encerrado a guerra em uma semana. Nunca seriam necessários dez anos para encontrar uma bombinha nuclear. Qual o sentido de fazer os soldados entrarem de casa em casa procurando por um líder terrorista específico? Olha o tempo perdido! E mesmo que encontrem o sujeito, vocês acham que no mesmo dia não colocarão algum outro maluco no lugar?

Depois do 11 de setembro, os EUA tinham a aprovação da população para ingressar na guerra. Invadiram o Afeganistão em 2001 e o Iraque em 2003. Nada melhor para a economia deles, já que a indústria bélica americana é uma das mais rentáveis do mundo. Guerra da dinheiro! E muito! Isso é fato. Por tal motivo, a guerra/invasão demorou 10 anos. Foram 10 anos de lucro e influência na região. Tiraram Saddam Hussein do poder, colocaram uma marionete que simpatiza com os EUA no lugar, e pronto, o país é deles.



Gradativamente, começou a cair a ficha na mente da população estadunidense. Sabe, morriam centenas de soldados e nada de bomba nuclear ser encontrada. Eles acreditaram no governo, que usou da carga emocional do 11/09 para realizar seus próprios objetivos, e se ferraram. Com o tempo a população parou de apoiar a guerra e exigiu a retirada das tropas do Oriente Médio. Antes de sair completamente do Afeganistão o governo mandou assassinar Osama Bin Laden (Fato esse que poderia ter sido realizado 10 anos antes).

Se feito da maneira correta, não teria sido necessário destruir metade do Oriente Médio para provar alguma coisa. Vai lá, faz a vingancinha básica pelo 11/09 (Não vou nem comentar sobre os débi-lóides que acreditam que foram os EUA que destruíram as Torres Gêmeas. Tem gente que não tem o que fazer), dá uns tapas nos aiatolás pedófilos, assassina o Bin Laden e pronto.

O filme "Enterrado Vivo" (Para ler a análise completa clique aqui) levantou uma questão importante sobre a invasão no Oriente. Paul, um motorista de caminhão trabalhando para uma empreiteira americana no Iraque é sequestrado e enterrado vivo. Os sequestradores só irão soltá-lo mediante o pagamento de um resgate. Paul tem pouco tempo para entrar em contato com as autoridades e convencer o governo americano a pagar o resgate, pois, se ele não realizasse isso em 6 horas, os terroristas o deixariam enterrado até sua morte. Paul se comunica por um celular. Uma das conversas com os terroristas me chamaram a atenção.

Paul: Por que você fez isso comigo? Eu não sou um soldado! Não tenho nada a ver com essa guerra em seu país!
"Terrorista": Eu também não tinha nada a ver com Bin Laden ou com Saddan Hussen, mas isso não impediu vocês de virem até meu país e destruí-lo...
Paul: Eu não sou um soldado!
"Terrorista": Você é americano?
Paul: Sim!
"Terrorista": Então você é um soldado...
Paul: Eu tenho dois filhos!
"Terrorista": Eu tinha cinco! Agora só tenho um!

O que você faria em um país destruído? Um país em que todas as pessoas que algum dia você conheceu, morreram, vítimas das atrocidades da guerra? Como você se sentiria se fosse hostilizado por um povo hostilizado por você mesmo? Ter pontos de vista diferentes realmente podem enobrecer e expandir o domínio sobre dado assunto. Uma crítica construtiva sobre a brutalidade de ambas as partes. No fundo todos somos seres humanos. E quando o ser humano é colocado no limite de sua existência, percebemos o que ele realmente é capaz de fazer para sobreviver.

Se havia algum país no mundo com poder para acabar com a tirania social daquela região, eram os EUA. Todavia, eles acabaram piorando a situação para os árabes. Tudo por dinheiro. Sabia que são empreiteiras estadunidenses as responsáveis pela reconstrução do Iraque? Sabia que aos poucos empresas dos EUA e da China estão tomando conta dos poços de petróleo da região? Será que o governo dos EUA pensou mesmo em patriotismo ou democracia quando invadiu o Oriente?


Na minha opinião, dinheiro trás felicidade sim. Mas muito dinheiro deixa o ser humano cego, cobiçoso e imprudente. É melhor ter um pouco menos e se apegar a coisas mais importantes para a vida: Família e amigos.

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Bom, vamos falar dessa porcaria de filme agora. Eu deveria chamar de propaganda, sabe?

A história é baseada na biografia de Chris Kyle (Bradley Cooper), o sniper mais letal da história dos EUA. Kyle mandou para o além 160 terroristas/rebeldes/insurgentes na Guerra do Iraque e se tornou uma lenda viva.


Depois que pediu baixa, Kyle ficou meio doido. Ele queria voltar para a guerra e ajudar seu país, mas não tinha mais jeito. Para aliviar um pouco a pressão, Kyle se voluntariou em um hospital de veteranos para ajudar a cuidar dos soldados feridos na guerra. Um desses pacientes estava mais perturbado que o normal e acabou matando Kyle.

Poxa, que azar do caramba, hein? O cara fica 4 anos no Iraque, mata 160 rebeldes, volta para casa, vai ajudar seus parceiros no hospital e é morto por um demente! Que grandessíssimo azar.

Kyle foi assassinado em 2013. Foi um evento televisionado para o país todo. Seu funeral foi em um estádio de futebol americano com todas as regalias militares existentes.

Não esperaram nem o corpo esfriar e já fizeram um filme. Já vão usar do apelo emocional mais uma vez. Tudo para fazer dinheiro. Que vergonha Clint!

O filme nem é tão bom! Sério, o trailer é melhor que o filme. Passaram a impressão que a profissão de sniper envolvia difíceis tomadas de decisões. Pelo trailer, o filme parecia ser bastante tenso e dramático. Que nada! A primeira cena é a melhor do filme inteiro. O resto é propaganda. Não dá para sentir simpatia pelo evento. Não dá para se identificar com uma guerra, ainda mais uma que foi feita pelos motivos errados.


Sienna Miller interpreta a esposa de Kyle. Péssima atuação! Aquele tipo de atriz que faz careta e fica balbuciando palavras e pensa que está chorando. Quase tive um ataque!

((Spoiler - Mas esse eu recomendo ler))

Na cena final temos um tiroteio, ou pelo menos é o que parece. É difícil dizer, pois, todos os terroristas começam a vir em fila indiana para serem mortos pelas tropas americanas. Sério, caracterizaram os terroristas como seres descerebrados e os americanos como Robocops. Mais para a frente vem uma tempestade de areia grotesca e impede que vejamos qualquer coisa. Que merda é essa? Na cena final eles colocam uma tempestade de areia que impede que o expectador veja a batalha?? Que bosta...

Bradley Cooper até que atuou bem como Kyle. Nada a reclamar.

O roteiro é um lixo e a trilha-sonora é ausente. Esse filme não chega nem perto de seus antecessores: "Falcão Negro em Perigo" e "Guerra ao Terror" (Ambos também caem naquele problema da guerra não fazer sentido, contudo, o filme soube trabalhar de maneira diferente as ações dos personagens. Humanos servindo o seu país e não heróis matando bandidos. No geral, são filmes excelentes).

Apesar do nome "Sniper Americano", temos pouquíssimas cenas onde Kyle usa a sniper. Uma no começo, uma no meio e uma no fim. Só! Apenas 10 minutos em um filme de 2 horas. Propaganda enganosa. Faz mais sentido chamar o filme de "Soldado Americano", pois ele usa mais a M16 do que a sniper. Focaram muito na relação de Kyle com a sua família e seus companheiros.


O filme é completamente linear, sem um trecho sequer de "penumbra especulativa". Não dão lugar para a interpretação do expectador sobre as ações dos personagens. Somos apresentados a uma visão minimalista da guerra, onde tudo é simples quando se trata de servir seu país. A guerra foi glorificada de um ponto de vista extremamente vantajoso.

É triste ver o quão baixo o cinema hollywoodiano parou. E é mais triste ainda saber que pessoas acreditam nesse lixo (A maioria dos americanos acredita).

Houve um tempo quando os filmes de guerra de Hollywood levantavam importantes questões sobre a necessidade da guerra. Filmes como "Platton", "Nascido para Matar" e "Apocalypse Now", nos passam a mensagem de que todas as guerras, justificadas ou não, são erradas e não passa de um ato do atraso humano. Um ato da cobiça e das segundas intenções.

Hoje em dia os filmes de guerra são apenas comerciais para levar o público americano a crer na ideia de que invadir um país estrangeiro é uma permissão dada por Deus. O fato desse filme ter sido nomeado para o Oscar de Melhor Filme (E ter ganho melhor edição) só demonstra que um prêmio que algum dia significou algo, não passa de um divulgador de propagandas.

"Sniper Americano" pode ser assistido para levantar raciocínios políticos, mas para entretenimento, acredite, existem filmes de guerra muito melhores e mais sinceros por aí.

NOTA: 3

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