Filhos da Esperança (2006)


Olá, meus caros.

Dirigido por Alfonso Cuáron, "Filhos da Esperança" é uma adaptação do livro homônimo de P.D. James. Já lhes adianto: é um excelente filme! A mensagem por trás da obra é extremamente pertinente e atual.

História: O filme se passa em 2027. Por algum motivo (Não explicado na trama) todas as mulheres do planeta começam a se tonarar inférteis vinte anos antes. Gradativamente a sociedade entra em colapso, pois, deixam de haver crianças no mundo e o ser humano percebe que seu tempo se tornou finito. Guerras nucleares acontecem, sendo a Inglaterra o último lugar onde se pode encontrar algum tipo de "civilização". A imigração ilegal para a Inglaterra é controlado com mãos de ferro por um governo totalitário. Uma mulher chamada Kee acaba engravidando, e fica a encargo de Teo (Clive Owen) levá-la para um lugar seguro. Seu filho representará uma nova luz na sociedade, trazendo esperança para todos. Todavia, um grupo de "ativistas políticos" deseja se apoderar do bebê para controlar o sentido de esperança que será dada ao povo.

O filme critica o autoritarismo ensandecido dos governos totalitários, que aparenta ser o único caminho para os tempos de catástrofes que nos esperam no futuro. O rico terá uma vida... E o oprimido sequer saberá o que é isso... Temos uma bela crítica a hipocrisia das causas políticas, onde muitos sequer entendem o que estão defendendo. O que na realidade era para ser uma ação voltado ao bem-comum, se torna uma desenfreada corrida atrás de poder e ideais distorcidos. A sociedade se torna distópica com uma facilidade estarrecedora. Isso se já não se tornou...

Um ataque frontal ao controle da mídia é descrito nos primeiros contatos com o filme. Somos transportados em uma jornada critica que passa pelos veículos de comunicação e pela burocracia estatal até os hediondos campos de concentração. O filme é um épico da fé e da esperança, que mesmo em meio aos piores presságios de ganância e futilidade, conseguem resplandecer nos corações de alguns.

Os detalhes estéticos da obra são excepcionais. Realmente se empenharam em construir um mundo destruído! Irônico, né? A sensação de apocalipse é inerente ao filme. A trilha-sonora é belíssima. Fiz questão de descobrir quem foi o compositor. A trilha-sonora não é original, na realidade são composições de Sir John Tavener (1944-2013), um concertista britânico respeitado por sua extensa obra de cunho religioso. 

Hilário, bicho!
Michael Caine interpreta Jasper Palmer, um vovô maconheiro que descobriu a fórmula para o baseado de morango (Ia fazer sucesso em várias universidades do Brasil, vocês não acham?). Caine se inspirou em John "Fucking" Lennon (Seu amigo na vida real) para criar a postura de seu personagem. No passado, Jasper havia sido um renomado cartunista político. Ele conheceu Teo, que era um ativista político, nesse passado nem tão distante e continuaram amigos até os eventos retratados no filme. Julianne Moore faz uma pontinha no filme.

A cena final é muito bem orquestrada. Filmada em tomada longa, os apreços pelos detalhes e pelo realismo merecem elogios.

O único "defeito" do filme é o exagero da Lei de Marino (Sabe, eu não achei uma nomenclatura para descrever uma Lei de Murphy invertida, portanto, decidi criar minha própria). Para os que não sabem ou não lembram, a Lei de Murphy é caracterizada pela máxima: "Se pode dar errado, dará!" Ou seja, espere o pior das situações, porque com certeza o pior acontecerá. A lei de Marino é o contrário da lei de Murphy: "Se pode dar certo, dará. Não importando as probabilidades. A Sorte estará ao seu lado.".

Apesar de todas as adversidades Teo e Kee sempre conseguem escapar. Não há psicopata, burocracia ou tiro de canhão que os detenha. Eles sempre escapam de uma situação mais desesperadora que anterior, não importa qual o inimigo. Sei lá, pareceu muito forçado, sabe? Eu sei que o filme é sobre a esperança... Sobre a fé... A luz em meio as trevas... Mas cai entre nós, se fosse na vida real eles teriam sido alvejados antes da metade do filme. Simples assim.

Escapar de tiros não é um problema, pelo menos para Clive Owen que no ano seguinte estrelou "Mandando Bala" (Para ler a crítica clique aqui), onde ele também salva um bebê, mas dessa vez é ele que sai matando os bandidos.

Concluo, recomendando veementemente "Filhos da Esperança". Uma experiência cinematográfica gratificante, recheada de boas atuações e ótimas críticas que continuam bastante atuais. Um verdadeiro estudo da hipocrisia e da esperança.

 NOTA: 8.5

Um comentário:

  1. parabéns, Roney, excelente critica!Me encheu de vontade de assistir ao filme. Adorei a 'Lei de Marino', pensamento positivo tem que ser cultivado sempre.Bjs

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