Um Estranho no Ninho (1975)

Olá, meus caros.

Recentemente, comentei com minha namorada que gostaria de analisar um filme que fosse, ao mesmo tempo, comicamente sinistro e brilhantemente filmado. Bom, não existem muitos filmes com essas qualificações, tenho certeza que isso é claramente compreensível. Contudo, para a alegria de todos os amantes da 7ª Arte, no ano de 1975 um checo virtualmente desconhecido na América, idealizou uma das maiores obras-primas do cinema. E está obra se enquadra nos meus requisitos.

O diretor em questão é Milos Forman (Que também dirigiu a obra-prima "Amadeus") e o filme que estou mencionando é "One Flew Over the Cuckoo's Nest", traduzido no Brasil para "Um Estranho no Ninho", baseado no livro homônimo de Ken Kesey lançado em 1962.

Foi um dos três filmes a ganhar as principais categorias na premiação do Oscar. O famoso "Big Five" é composto pelas categorias: Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Ator e Melhor Atriz e Melhor Roteiro. Os outros dois que conseguiram realizar essa proeza foram "Aconteceu Naquela Noite" de 1934 e "O Silêncio dos Inocentes" de 1991. Eu não ligo muito para prêmios, mas era bom mencionar.

História: R.P. McMurphy (Jack Nicholson) é um sujeito baderneiro que fora sentenciado a prisão por seus insipientes crimes. Para evitar os trabalhos manuais de uma prisão comum, McMurphy acaba alegando insanidade, com esperanças de ser enviado para uma instituição mental para cumprir o restante de sua pena. O pedido de McMurphy é atendido. Ele ingressa no manicômio passando a acreditar que sua vida será mais fácil daqui para frente. Mal ele sabe que a instituição é controlada pela tirana enfermeira Ratched (Louise Fletcher), que por sua vez, se sente gratificada em reprimir os pacientes de todas as maneiras possíveis. Os enfermeiros do manicômio estão mais preocupados em administrar a loucura do que curá-la. McMurphy não concorda com os sórdidos métodos adotados pela instituição, e sendo um otimista inveterado, ele tenta elevar os ânimos de seus companheiros de todas as maneiras inimagináveis.


Esta obra consegue mesclar a sensibilidade dos injustamente oprimidos e a insanidade repressiva dos tiranos, caracterizando um quadro bastante primoroso das enclaves humanos. Sua beleza se destaca nos extremos. Somos apresentados a cenas cômicas para logo em seguida presenciarmos uma pavorosa realidade da maldade humana.

Jack Nicholson está em sua melhor forma. O papel é simplesmente perfeito para ele. Seu rosto de louco ajudou bastante, mas seu apelo dramático é ainda mais memorável.

Louise Fletcher interpreta um dos mais nefastos antagonistas do cinema. O horror de sua personagem reside no fato de pessoas como ela realmente existirem. Seu metodismo beira a maledicência. Sua frieza e imparcialidade tornam sua própria existência algo indigesto.

Todas as atuações convencem. Interpretar um doente mental não é tarefa fácil para qualquer ator, por tal motivo todo o elenco merece ser destacado.

Diversos atores que viriam a se tornar famosos participaram do filme como os outros pacientes do manicômio. Dentre eles: Brad Dourif (A voz do Chucky, o Boneco Assassino), Christopher Lloyd (O Dr. Emmett Brown de "De Volta para o Futuro"), e o eterno Danny DeVito. 

Destaco a atuação Dourif que interpretou Billy Bibbit, um jovem completamente perturbado que chegou a realizar algo que... Bom, vou deixar vocês descobrirem...

Louise Fletcher e Brad Dourif
Jack & Chief
Milos Forman conseguiu idealizar uma obra poeticamente sincera que prende nossa atenção do começo ao fim. A mensagem de sensibilidade é um dos focos. Este filme consegue provar que o cinema pode mudar as pessoas. O cinema pode ajudar as pessoas a abrirem seus olhos. Uma obra nesses moldes possui força suficiente para isso. O realismo de "Um Estranho no Ninho" é arrebatador.

Todos devem assistir "Um Estranho no Ninho" pelo menos uma vez na vida. Um filme que transcende a linha de mero entretenimento para fazer jus ao cinema. Para fazer jus a 7ª ARTE!

NOTA: 10

Nenhum comentário:

Postar um comentário