Os Melhores Atores de Todos os Tempos

Olá, meus caros.

Tentei, e espero ter conseguido, selecionar os artistas que mais demonstraram competência nas telas do cinema no decorrer da história. Me restringi aos dez melhores e mais memoráveis em minha opinião.

É extremamente difícil discorrer a respeito de um assunto tão abstrato. Corro o risco de não fazer jus à inumeráveis outros atores, mas creio, que na medida do possível, selecionei aqueles mais consagrados por suas respectivas características na história do cinema. Em suma, as atuações consubstanciadas com o valor cultural dos astros (E seus melhores filmes), foram o divisor de águas e o critério que melhor encontrei para classificar nossos amados atores.

Dedico esse post a minha Tia Maristela. Se não fosse por ela eu nem poderia estar escrevendo essas palavras! Obrigado pelo computador, tia!

Boa leitura!

1. James Stewart (1908-1997)


O versatilidade de James Stewart é lendária! Conseguiu, de todas as maneiras possíveis, impactar belíssimas atuações, que por sua vez, estarão para sempre na mente e no coração de todos os amantes de cinema. Seus papéis, geralmente caracterizados pela postura do "homem do dia-a-dia", tornaram-se extremamente antológicos, ao mesmo tempo que conseguiram ser acessíveis para todas as audiências.

Foi um sujeito esguio, que sabia como ninguém, adaptar-se as cenas. Possuía habilidade natural ao conversar, sendo sua própria voz extremamente simbólica. Não raramente, mostrou ímpeto nos filmes. Flexível em suas atuações, incorporava elementos de intrínseca relevância para a caracterização de seus personagens, dentre eles, a postura sincera e batalhadora das pessoas. (Sem dúvidas um reflexo de sua própria personalidade, pois, veio de uma família de classe média).

Foi ao estrelato quando venceu a corrupção na política em "A Mulher Faz o Homem", em uma atuação concisa e distinta. Participou de faroestes ("O Homem que Matou o Facínora"), no drama/comédia que se tornou o maior dos clássicos natalinos, "A Felicidade não se Compra", e se imortalizou nos suspenses de Hitchcock. Verdadeiramente um ator extraordinário!

Na vida real foi uma pessoa extremamente pacata. Muitos apontavam ele como a pessoa mais bem humorada que já haviam conhecido. Foi também membro de diversas instituições de caridade, defensor dos ideais republicanos e do escotismo. Diferente da maioria dos atores da lista, que foram casados 4 ou 5 vezes, Jimmy casou-se apenas uma vez. Sua esposa foi Gloria Hatrick McLean. Ficaram casados de 1949 até 1994, com a morte dela. Em dezembro de 1996, Jimmy deveria trocar a bateria de seu marca-passo, contudo, optou por não o fazer. Disse para sua família que gostaria que as coisas acontecessem de maneira natural... Nos próximos meses sua saúde se debilitou rapidamente, culminando em uma trombose na sua perna direita. Faleceu em sua casa aos 89 anos, rodeado por sua família, no dia 2 de Julho. Suas últimas palavras foram: "Eu vou ficar com a Gloria agora...".

Recebeu seu único Oscar por "Núpcias de Escândalo". Só por curiosidade, meus caros, na vida real ele também era General-de-Brigada da Força Aérea Americana. Nem é bom, né?

Filmografia essencial:

- A Mulher Faz o Homem (1939) 
- Núpcias de Escândalo (1940) 
- A Felicidade Não Se Compra (1946) 
- Janela Indiscreta (1954)
- Um Corpo que Cai (1958)
- Anatomia de um Crime (1959)
- O Homem que Matou o Facínora (1962)

2. Humphrey Bogart (1899-1957)


Nascido no dia de Natal, Humphrey Bogart sempre conseguiu me surpreender. Suas expressões faciais e sua linguagem corporal revelam um verdadeiro mestre da interpretação. Sempre na medida certa, suas atuações acabam crescendo no decorrer dos filmes e demonstram, de maneira exímia, todo brilho inerente a maioria de seus personagens. De família rica, tentou a carreira no cinema. Destacou-se graças a ajuda de John Huston, que via nele um excepcional potencial. Atuou em filmes já consagrados, incluindo o eterno clássico "Casablanca". Foi agraciado com o Oscar por "Uma Aventura na África", onde contracenou com Katherine Hepburn. Por infortúnio, faleceu muito cedo, vítima de câncer de esôfago. (Cigarros!)

Filmografia essencial:

- Relíquia Macabra (1941)
- Casablanca (1942)
- Á Beira do Abismo (1946)
- O Tesouro de Sierra-Madre (1948)
- Uma Aventura na África (1951)

3. Marlon Brando (1924-2004)


Imortal na essência da palavra, Marlon deu vida a um dos personagens mais memoráveis do cinema: Don Vito Corleone, o Poderoso Chefão. Desde seus primeiros filmes demonstrou excepcional habilidade ao atuar. Em seu segundo filme, "Uma Rua Chamada Pecado", contracenou ao lado de Vivian Leigh. e mostrou todo seu vigor em um estilo de atuação até então nunca visto. Sua influência nas seguintes gerações de atores é descomunal. Recebeu o Oscar por "Sindicato de Ladrões" e por "O Poderoso Chefão". Entretanto, neste último recusou a honraria em favor dos direitos dos povos indígenas norte-americanos. Uma índia (Mais tarde confirmada como atriz) recebeu o Oscar por ele e realizou um discurso humanitário na cerimônia. Devemos tentar deixar de lado sua conturbada vida social (Um filho preso e suicídio da filha), e lembrar de Brando como um ícone cultural; como a ator incomparável que sempre foi! Seu mito é tão grande que transcendeu a existência de seus próprios filmes!

Filmografia essencial:

- Uma Rua Chamada Pecado (1951)
- Viva Zapata! (1952)
- O Selvagem (1953)
- Júlio Cesar (1953)
- Sindicato de Ladrões (1954)
- O Poderoso Chefão (1972)
- Apocalypse Now (1979)

4. Sir Charles Chaplin (1889-1977)


Simplesmente o maior nome do cinema! Diretor, produtor, roteirista, compositor, editor e ator da maioria de seus filmes, Chaplin criou o personagem mais simbólico da 7ª Arte: Carlitos, o Vagabundo. Conseguiu, como ninguém, mesclar romance e humor de maneira tão inocente e encantadora. Suas obras sintetizam o próprio ideal de cinema... Ser emocionante e ao mesmo tempo impactante. Como não se emocionar com "O Garoto"? Como não se apaixonar por "Luzes da Cidade"? E como não morrer de rir com "A Corrida do Ouro"? Chaplin foi o maior gênio da 7ª Arte!

Filho de pai alcoólatra e mãe esquizofrênica (Sempre internada em manicômios), Chaplin começou a trabalhar miserável, antes dos 10 anos, em uma trupe de comediantes na Inglaterra. Alguns anos mais tarde, veio para a América com a trupe e, graças a seu destacável talento, acabou recebendo uma oportunidade para participar de filmes, a convite do diretor Mack Sennett, dono dos Keystone Studios. Em pouco tempo juntou uma razoável quantia em dinheiro, que lhe possibilitou iniciar as produções de seus próprios filmes. Fez fortuna graças a sua habilidade cômica e seu brilho inexorável de tocar o coração do público. Em 1929, quando o Oscar foi fundado, Chaplin já era imortal. A Academia resolveu agracia-lo com um prêmio especial, contudo, Chaplin usou a estatueta para segurar a porta da sala em sua casa. Ele não simpatizava com os ideais sócio-políticos de Hollywood na época, e depois desse episódio a Academia só voltaria a agracia-lo com um Oscar competitivo em 1954 (Por trilha-sonora em "Luzes da Ribalta", triste filme semi-biográfico de um esquecido comediante). Seus maiores filmes foram realizados na década de 30, o que poderia muito bem ter lhe rendido 5 ou 6 estatuetas.

Seu discurso na cena final de "O Grande Ditador" de 1940 (Filme em que parodiou o nazismo e Hitler), consegue enobrecer o espírito humano, transcendendo valores políticos e discernindo sobre o respeito e o amor mútuo entre os seres humanos. Indubitavelmente o melhor e mais humanitário dos discursos no cinema. Sua visão crítica da alienação humana mostrada em "Tempos Modernos" de 1936, estava muito a frente de seu tempo. Um cineasta visionário e politizado que apenas queria, acima de todas as coisas, transformar o coração da humanidade.

Chaplin, também era (Talvez acima de todas as suas outras habilidades) um excepcional ator. Mesmo com a limitação do cinema mudo, conseguia demonstrar sua perícia ao atuar. Suas expressões faciais são memoráveis e seu caminhar icônico (Referenciado em uma infinidade de filmes). Seus personagens (Carlitos, assim como Monsier Verdoux, ou mesmo Calvero), caracterizam uma referência ímpar no quesito atuação. Na comédia ou no drama, Chaplin dispunha de competência quase inigualável.

Chaplin era extremamente politizado e, supostamente, simpatizava com ideais comunistas. Com isso, no período do Macarthismo da década de 50, seus projetos começaram a ser boicotados. Tinha absurdas dificuldades em conseguir financiamento para seus filmes. Não vendo outra solução, Chaplin vendeu todos os seus bens na América e viveu o resto de sua vida na Suíça, esporadicamente realizando filmes (Excepcionais, aliás).

Na década de 70, com uma reapreciação do conjunto de sua obra pelo meio cinematográfico, Chaplin retorna a América para receber um Oscar Honorário da Academia. Sua influência no cinema mundial é incomparável e até hoje suas obras são revisitadas. Merece todo louvor de todos os amantes de cinema! Seu humor e romance continuam a iluminar os corações das pessoas de uma maneira peculiarmente cativante. Chaplin, simplesmente obrigado!

Faleceu em 25 de dezembro de 1977. Um dia ideal para a mais brilhante estrela do cinema!

Filmografia essencial:

- TUDO

5. Spencer Tracy (1900-1967)


Brilhante! A única palavra que define a presença desse ator nas telas. Foi ganhador de dois Academy Awards em anos consecutivos ("Marujo Intrépido" de 1937 e "Com os Braços Abertos" de 1938). Realizou 9 filmes com Katherine Hepburn (Com quem teve um prolongado caso fora das telas) e contou com 4 participações nos "filmes com mensagem" de Stanley Kramer, incluindo a obra-prima "O Julgamento em Nuremberg". Detentor de um pacato semblante, Tracy sempre será lembrado por sua naturalidade em desempenhar qualquer papel, seja na comédia, no terror ou no drama.

Filmografia essencial:

- O Médico e o Monstro (1941)
- O Velho e o Mar (1958)
- O Julgamento em Nuremberg (1961)
- Deu a Louca no Mundo (1963)
- Adivinhe Quem Vem Para Jantar (1967)

6. Sir Laurence Olivier, Barão Olivier de Brighton (1907-1989)



Lendário é uma palavra que pode ser usada (Sem receio de cair no exagero) para caracterizar Laurence Olivier, considerado por muitos o maior marco do cinema no século XX. Uma figura central no teatro britânico, atuou em mais de 120 peças no decorrer de sua vida. Hábil intérprete de Shakespeare, encenou no teatro e no cinema suas obras mais famosas. Recebeu o Oscar de melhor ator por "Hamlet" de 1948, filme que também dirigiu. Um ator centrado, detentor de um olhar penetrante e de uma voz encorpada, conseguia distinguir-se através de sua versatilidade. Seu primeiro filme hollywoodiano foi "O Morro dos Ventos Uivantes" de 1939, logo em seguida participou da primeira obra de Hitchcock na América, "Rebecca" de 1940, que por sua vez, recebeu o Oscar de melhor filme. Dirigiu muitos de seus próprios filmes, e na última parte de sua carreira participou de filmes mais comerciais, hoje considerados clássicos menores. Foi casado com Vivian Leigh, atriz que conheceu em uma de suas peças em 1937. Durante muitos anos contracenaram juntos nos palcos do teatro. Recebeu dois Academy Awards Honorários. Foi a ator mais jovem a receber o título de Sir, e o único ator a ser condecorado com um título de nobreza. Apesar de poder ser chamado de "Sir Laurence" ou "Barão Olivier", se recusava a conversar com qualquer um que não o chamasse de "Larry".

Filmografia essencial:

- O Morro dos Ventos Uivantes (1939)
- Rebecca, a Mulher Inesquecível (1940)
- Orgulho e Preconceito (1940)
- Hamlet (1948)
- Spartacus (1960)
- Jogo Mortal (1972)
- Meninos do Brasil (1978)

7. Clark Gable (1901-1960)


"O Rei de Hollywood!" Apelido chato, né? Imortal galã e hábil ator, Gable participou de verdadeiras pérolas do cinema. Sua atitude charmosa, que definiu a personalidade masculina nas décadas de 30 e 40, possuía um magnetismo inerente. É simplesmente impossível de não se importar com seus personagens. Vivenciou Rhett Buther no épico "E o Vento Levou...", contracenando com Vivian Leigh. Sem dúvidas a melhor performance romântica da história do cinema. Recebeu em sua carreira apenas um Oscar por "Aconteceu Naquele Noite". Na vida real, Gable teve calorosos casos com as maiores estrelas de Hollywood, muitas afirmando que ele era o homem mais cavalheiro e charmoso que existia. Na vida real, participou como Major na Segunda Guerra Mundial.

Filmografia essencial:

- Aconteceu Naquela Noite (1934)
- O Grande Motim (1935)
- Saratoga (1937)
- E o Vento Levou... (1939)
- Mogambo (1951)
- Os Desajustados (1961)

8. Henry Fonda (1905-1982)


Dono de um semblante taciturno, Henry Fonda sempre impactou em suas atuações. Seja no faroeste, ou numa sala do júri, sua versatilidade era sublime. Eu particularmente considero "Doze Homens e uma Sentença" um dos filmes mais bem feitos da história, e atribuo grande parte dessa decisão a atuação desse brilhante ator. Foi agraciado com o Oscar competitivo em seu último filme. Seus filhos também se tornaram grandes astros. Não exclusivamente por nepotismo, mas sim, por talento próprio (Deve ser coisa de família). Jane Fonda, a linda e eterna Barbarella, e Peter Fonda, detentor da moto mais famosa do cinema!

Filmografia essencial:

- Vinhas da Ira (1940)
- Coincidências Mortas (1943)
- Doze Homens e uma Sentença (1957)
- Era uma vez no Oeste (1968)
- Num Lago Dourado (1981)

9. Gregory Peck (1916-2003)


O mais centrado e coeso dos atores da lista. Gregory Peck sem dúvida tinha um comprometimento que beirava a insanidade, sempre interpretando personagens serenos da maneira mais consistente possível (Talvez um reflexo de sua própria personalidade). Ávido defensor dos Direitos Humanos e do não emprego de armas nucleares, Peck possuía especial inclinação para filmes politizados e/ou que fizessem alguma crítica a sociedade. Também participou de romances, inclusive contracenando com a belíssima Audrey Hepburn. Muitos de seus filmes se tornaram expoentes máximos em seus respectivos gêneros. Seja "O Sol É Para Todos" no drama de tribunal, em que recebeu o Oscar de Melhor Ator, ou até mesmo no terror, com a vinda do anticristo em "A Profecia".  Seus filmes são extremamente convidativos, realmente nos passam a sensação de termos aproveitado o tempo sentados no sofá (O oposto de Ed Wood!).

Filmografia essencial:

- A Princesa e o Plebeu (1953)
- Moby Dick (1956)
- Os Canhões de Navarone (1961)
- O Sol É Para Todos (1962)
- O Círculo do Medo (1962)
- A Profecia (1976)
- Os Meninos do Brasil (1978)

10. Cary Grant (1904-1986)


Detentor de um penteado impecável, Cary Grant demonstrou perícia tanto em romances como em suspenses. Performances sólidas casadas com uma bela dose de charme, configuraram a receita para seu sucesso. Suas colaborações com Hitchcock estarão sempre entre as melhores obras do cinema. Em sua vida pessoal, sempre foi muito reservado, ficando afastado de assuntos políticos. Nunca recebeu um Academy Award competitivo, mas foi homenageado com o Oscar Honorário em 1970.

Filmografia essencial:

- Este Mundo é um Hospício (1944)
- Ladrão de Casaca (1955)
- Tarde Demais Para Esquecer (1957)
- Intriga Internacional (1959)
- Charada (1963)

11. Amácio Mazzaropi (1912-1981)



Nosso eterno e amado Mazzaropi! Como não adorar este que foi o maior pináculo da história do cinema nacional? Seus papéis foram sinceros e despretensiosos. Não foi o maior ator que já existiu, mas foi, sem dúvidas, um dos mais honestos. Como cineasta, conseguia ainda (Assim como Chaplin), tocar no coração da audiência, sempre mesclando com primor, humor verdadeiro e .

De certa maneira, Mazzaropi foi minha porta de entrada para o cinema. Me lembro de ainda pequeno assistir aos filmes dele junto com meu avô Vadinho (Oswaldo Marino). Meu avô jogou muitos anos na zaga do Palestra Itália ao lado de Mazzola e Oberdan Cattani, este último inclusive lhe apelidando de "Caminhão", devido aos 1,90m de altura e número 47 de pé! Certa feita, meu avô me contou que quando criança (7 ou 8 anos) ele entregou jornal na casa de Mazzaropi, chegando a conhecê-lo nessa época. Não sei se foi ali que meu avô se tornou fã de Mazzaropi (Talvez ele nunca sequer tivesse assistido um filme dele nessa época. Meu avô faleceu antes que eu pudesse me aprofundar mais nessa história), mas sempre me lembrarei da coleção de VHS que meu avô tinha. Todos os filmes do Mazzaropi, e foi ali, nas noites de verão na cidade de Analândia que nós assistíamos juntos as peripécias do Amácio. Toda noite era um diferente. E muitas vezes assistíamos o mesmo filme repetidas vezes, "As Aventuras de Pedro Malazartes" quase queimou de tanto que assistimos. Eu não deveria ter mais que 10 anos nessa época, mas nunca me esqueceria da alegria que senti em assistir aos filmes do Mazzaropi ao lado de meu avô.

Seus filmes eram verdadeiros espetáculos. As cidades literalmente paravam quando saía algo novo dele no cinema. Procurem saber como ficou o centro da cidade de São Paulo na estréia de "O Corintiano"... As filas dobravam quarteirões! Comédia, drama, números musicais, Mazzaropi conseguiu, como um verdadeiro mestre, criar um universo caipira tão funcional e apaixonante. Universo esse que sempre viverá em meu coração e acredito eu que também viverá no de qualquer amante do cinema. Sentimos e continuaremos a sentir saudades do andar irreverente, da fala honesta e das trapalhadas do nosso Jeca. Reconheço que minha ligação com Mazzaropi não é totalmente imparcial (Ele representa muito para mim). Contudo, também reconheço que Amácio Mazzaropi possui talento mais do que suficiente para ter seu nome ao lado dos Grandes! Pois, esse descendente de italianos é isso: "Grande" na assepsia da palavra!

Filmografia essencial:
- Sai da Frente (1952)
- A Carrocinha (1955)
- Jeca Tatu (1959)
- As Aventuras de Pedro Malazartes (1960)
- O Vendedor de Linguiças (1962)
- Meu Japão Brasileiro (1964)
- O Corintiano (1966)

12. John Wayne (1907-1979)


Nascido Marion Robert Morrison, Wayne se tornou famoso por suas colaborações nos westerns de John Ford, recebendo merecidamente a alcunha de "Rei do Faroeste". É virtualmente impossível de pensar nessa palavra e não imaginar a foto acima. Wayne, com sua imanente postura robusta, nos presenteou com excelentes filmes (Aliás, não só de faroeste). Realizou filmes de guerra, um ou outro romance ("The Quiet Man" com Mauren O'Hara), mas se eternizou de fato com o chapéu de cowboy. Na atuação de "The Searchers" demonstrou também seu alcance dramático como o moralmente questionável Ethan Edwards, dentre muitos outros memoráveis papéis. Na vida real, lutou e venceu o câncer em 1964. Dividiu as telas com Henry Fonda, Jimmy Stewart e Montgomery Clift, sempre em obras de excepcional qualidade. Em seu último filme, "O Último Pistoleiro" de 1976,  representou um veterano e hábil pistoleiro que está morrendo de câncer. Dizem que a vida tende a imitar o cinema... Três anos mais tarde, Wayne faleceu em decorrência de câncer de estômago. A mitologia ao redor de sua imagem é colossal. Seu estilo único excedia em presença nas telas. Wayne foi um legítimo ator!

Filmografia essencial:

- A Desaparecida (1956)
- Onde Começa o Inferno (1959)
- O Homem que Matou o Facínora (1962)
- Bravura Indômita (1969)

13. Toshirô Mifune (1920-1997)



Toshirô Mifune é o melhor de todos as atores japoneses. Não gosto de estereotipar os atores... Toshirô, de fato, realizou muitos filmes além das histórias de samurai, mas foi com uma katana na mão que ele realmente se imortalizou nas telas, e ajudou a popularizar o cinema nipônico ao redor do mundo. Sua parceria com Akira Kurosawa rendeu inúmeras obras-primas: "Rashomon", "Yojimbo", "Sanjuro", e o único filme que considero perfeito, "Os Sete Samurais". Seus personagens sempre possuíam traços carismáticos, eram destemidos ou completamente loucos! E Toshirô conseguia de maneira dinâmica demonstrar todo vigor inerente de seus personagens, sem deixar é claro de usar do apelo dramático sempre que necessário. Vivenciou o maior samurai de todos os tempos, Miyamoto Musashi. Sem dúvidas a melhor adaptação para as telas da bela história desta figura história. Sempre encadeando tons épicos e heroicos, seus filmes foram grandes sucessos e hoje se tornaram clássicos universais. Toshirô e Kurosawa marcaram uma geração e apresentaram para o mundo um Japão que poucos conheciam: o de excepcional realizador de obras cinematográficas.

Filmografia essencial:

- Rashomon (1950)
- Os Sete Samurais (1954)
- Trono Manchado de Sangue (1957)
- Yojimbo (1961)
- Sanjuro (1962)

Menções Honrosas:

- Montgomery Clift: "I guess maybe I even loved you before I saw you."

- Burt Lancaster: "Nobody is gonna do nothing! If anybody is gonna do a killing here, I do it!"


- Orson Welles: "Rosebud."


- Fred Astaire: "I'm dancing cheek to cheek."


- William Holden: "Funny, how gentle the people get with you, once you're dead."


- James Dean: "I don't want any trouble..."


- Paul Newman: "Money won is twice as sweet as money earned."


- Kirk Douglas: "I'm Spartacus!"


- James Cagney: "Made it, Ma! Top of the world!"


- Daniel Day-Lewis: "I am Long Carabine! My death is a great honor to the Huron, take me!"

- Jack Nicholson: "Here's Johnny!!"


- Al Pacino: "Say 'hello' to my little friend!"


- Robert De Niro: "You talkin' to me?"


- Peter O'Toole: "When did I realize I was God? Well, I was praying and I suddenly realized I was talking to myself."

- Tom Hanks: "Life is like a box of chocolate... You never know what you gonna find."

- Clint Eastwood: "Do you feel lucky, punk?"

- Charlton Heston: "Take your stinking paws off me, you dawn dirty ape!"

Frenesi (1972)


Olá, meus caros.

Frenesi é a última obra-prima de Alfred Hitchcock! Filmado na Inglaterra, sua terra natal, depois de 30 anos realizando filmes nos EUA, Frenesi possui uma das cenas de estupro/morte mais chocantes da história do cinema.

Não é melhor que outros clássicos de Hitchcock, como "Vertigo", "North by Northwest" ou "Psycho", mas consegue sustentar todos os atributos inerentes ao termo suspense.

A história é simples, mas ganha corpo no decorrer da trama. Um azarado chamado Richard Blaney (Jon Finch) acaba sendo confundido por um serial-killer, que por sua vez, assassina suas vítimas, mulheres de meia-idade que cumprem certos requisitos ("You are my type of woman"), enforcadas com um nó de gravata (Neck-tie murderer). Nisso, Blaney precisa arquitetar uma maneira de fugir da polícia e provar sua inocência.

O filme não possui atores famosos, uma exigência de Hitchcock. O motivo? Fazer com que a situação, de fato, parecesse real, para que assim a plateia se identificasse melhor com ela. Se fosse optado pelo uso de atores famosos, talvez o realismo se perdesse de certa maneira. Outro fator que contribui para essa imersão na história é o uso da própria cidade de Londres como mais um dos personagens. Somos expostos a cenas consideravelmente ordinárias, que com certeza, faríamos no dia-a-dia. Ir fazer compras na feira, comer em um restaurante, ir ao trabalho, visitar a ex-esposa (Eh, talvez isso não...). Bom, tudo foi planejado, no primeiro terço do filme, para parecer apenas mais um dia do cotidiano de uma pessoa suburbana, e mostrar que as mais inesperadas situações podem acontecer com qualquer um. A cidade foi filmada de maneira bastante intuitiva. De tal modo, as cenas nos passam a sensação de estarmos realmente na atmosfera do filme. A fotografia também é um ponto forte da cinematografia.

O filme tenta mostrar/criticar o efervescente crescimento da classe urbana nas imediações londrinas, e dessa forma, discernir sobre as neuroses inerentes a vida na cidade grande.

A trilha sonora é excepcional. Enquadra-se perfeitamente nas cenas, inclusive em algumas das partes cômicas. Sim, Hitchcock adora colocar um pouco de humor nos seus suspenses, o que caracteriza um contraste atípico, mas que funciona, sob as mãos desse eterno mestre.

Frenesi, como já mencionado, não é melhor que outros clássicos de Hitchcock, portanto para aqueles que são novos na apreciação da arte do cinema, recomendo assistir a Frenesi antes desses outros filmes, em especial os já citados. Assim, a gradativa progressão e subsequente apreciação dos filmes de Hitchcock será feita de maneira mais coerente e todo brilho de sua obra poderá ser absorvido, não sendo em nenhum momento ofuscado pela comparação com outros de seus clássicos. De fato, são poucos no ramo do suspense que conseguiram se equiparar (Nunca ultrapassar!) por breves momentos a Hitchcock. Henri-Georges Clouzot, diretor de "O Salário do Medo" foi um deles (Foi até chamado de "O Hitchcock Francês"). Todavia, toda a maestria desse gênero fica, de fato, sob a visão desse exímio diretor, que não por menos, se fez valer do título de "Mestre do Suspense"!

NOTA (Quando assistido antes dos clássicos de Hitchcock): 8

NOTA (Quando assistido depois dos clássicos de Hitchcock): 7

Criação dos títulos de filmes no Brasil

Olá, meus caros.

Todo cinéfilo de carteirinha fica, sempre que possível, no mínimo indignado com as escolhas para os títulos dos filmes estrangeiros no Brasil. Os departamentos de criação das distribuidoras nacionais possuem a capacidade incomensurável de fazer alterações mirabolantes com os nomes.

Sim, quem faz a alteração dos nomes são as distribuidoras. Cada uma possuí o seu departamento. Quando uma distribuidora compra os direitos de distribuir o filme em seu respectivo país, fica a encargo dela decidir o nome que o filme receberá. Aquilo que uma distribuidora decidiu como título de um filme, talvez fosse decidido de uma maneira totalmente diferente por outra. Não existe um tradutor universal ou algum consenso, por mais irrisório que seja, entre as distribuidoras.

Ninguém precisa me explicar que os títulos são escolhidos para melhor adequação a cultura do povo que está importando o filme. Eu sei que o título deve ser adaptado para o país de chegada, mas só em caso de trocadilho ou expressões idiomáticas do país de origem! Qualquer outro caso ele DEVE ser traduzido ao pé da letra!

Alterar "West Side Story" (História do Lado Oeste) para "Amor, Sublime Amor" até pode fazer sentido, pois realmente são poucos que conhecem os bairros de imigrantes de Nova Iorque (Chinatown, Little Italy, Little Odessa, ), nesse caso a delimitação entre o bairro porto riquenho e o caucasiano.

Agora, me explica qual o sentido de alterar "Vertigo" para "Um Corpo que Cai"? (Literalmente entregando a história do filme!) Que tipo de burrada é essa?

Qual o problema em traduzir "The Philadelphia Story" para "O Conto da Filadélfia"? Não, claro que não... As distribuidoras preferiram "Núpcias de Escândalo"! Que nome mais baixaria!

Por que traduzir "The Shawshank Redemption" para "Um Sonho de Liberdade"? Deixa a tradução literal "A Redenção de Shawshank". O nome é difícil, eu sei... E daí?

E mais recentemente "Up" que foi alterado para "Up - Altas Aventuras"! Poxa vida, Up significa "para cima"! O nome do filme literalmente ficou "Para Cima - Altas Aventuras"!! Que merda é essa? Deixa só "Altas Aventuras"!!!

Outros belos exemplos de redundância a flor da pele: "O Galinho Chicken Little", "O Pequeno Stuart Little", "Yojimbo - O Guarda-Costas" (Yojimbo significa guarda-costas em japonês). Infelizmente fizeram isso com a obra-prima de Scorsese, "Taxi Driver - Motorista de Táxi" (Ninguém merece!).

Sem contar quando o filme altera totalmente a mensagem que o diretor gostaria de passar. Por exemplo: o filme auto-biográfico de John Lennon saiu com o nome original de "Nowhere Boy", literalmente traduzido para "O Garoto de Lugar Nenhum". O título no Brasil: "O Garoto de Liverpool"! Alterou totalmente o significado e a apelação cultural que Lennon representou na sociedade. O diretor do filme quis deixar bem claro que Lennon não pertencia a um lugar específico, e o Brasil inverteu!

Felizmente temos algumas traduções que de fato, acabaram atribuindo um título melhor do que o original. "The Godfather" (O Padrinho), foi alterado para "O Poderoso Chefão", assim como "Jaws" (Mandíbulas), foi alterado para "Tubarão". Contudo, isso ocorre com no máximo 5% dos filmes lançados.

No geral é assim: 5% de pérolas, 20% de traduções literais e 75% de lixo tóxico!

Citei apenas alguns exemplos... Meu coração não aguentaria comentar mais... Infelizmente sabemos que isso ocorre em uma infinidade de filmes (Colocarei exemplos mais objetivos abaixo).

Para os amantes do cinema sempre acontecem desencontros no hora de conversar sobre aquele filme mais antigo (Sem contar a dor de cabeça!).

O real motivo para isso acontecer? Dinheiro! Sempre foi e sempre será! Quanto mais comercial o título melhor para vender. Isso apenas contribui para a ignorância da população. Poderíamos estar aprendendo de fato com uma cultura externa (Nomes de cidades, humor...), mas dinheiro é mais importante, certo?

Uma salva de palmas para os departamentos de distribuição do Brasil!


                   Título original (Tradução literal) - Tradução no Brasil (Comentário)

  • Annie Hall (Annie Hall) - Noivo Neurótico, Noiva Nervosa (Detalhe os protagonistas nunca ficam noivos no filme! Acho que quem decidiu o nome nem assistiu o filme!)
  • The Sound of Music (O Som da Música) - A Noviça Rebelde (Rebelde é pouco para a personagem de Julie Andrews. Sem mencionar que ela é uma noviça apenas no comecinho do filme)
  • Jay and Silent Bob Strike Back (Jay e Silent Bob Contra-Atacam) - O Império (Do Besteirol) Contra-Ataca (Já havia uma referência ao filme "Star Wars - The Empire Strikes Back" no título original, mas o Brasil precisava exagerar, colocando até parênteses no título)
  • Persona (Persona) - Quando Duas Mulheres Pecam (Persona diz respeito ao personagem  no universo teatral. A relação das mulheres no filme não tem haver com pecado)
  • Rat Race (Corrida de Ratos) - Tá Todo Mundo Louco! - Uma Corrida por Milhõe$ (Eu gosto do filme, admito! E Rat Race realmente deveria ser alterado, pois, é uma expressão nos Estados Unidos para designar uma perseguição sem sentido. Poxa, mas eles poderiam ter traduzido para algo mais adequado. Que tal "A Corrida dos Loucos" ou "A Corrida dos Milhões", certo?)
 Por fim, em homenagem aos nossos queridos tradutores:
  • Lost in Translation (Perdidos na Tradução) - Encontros e Desencontros (Nada mais adequado!)
Abraço a todos!

Glen or Glenda (1953)


Olá, meus caros.

Na análise de hoje um filme de... Peraí!

Não... Não pode ser... Não!

Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não.

Just shoot me! I can´t stand it any more!
Oh, God, please, no!!

Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não.

No, Bela! Not you! Not you!
Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não.

Um pouco de sim, afinal de contas é o Bela "Fucking Dracula" Lugosi!

Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não.

WTF is this shit!?
Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não.

Meu coração!

Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não.

NOTA: Burn, you motherfucker! Burn!!