Mandando Bala (2007)

Olá, meus caros.

Alguns dias atrás mencionei "Mandando Bala" na análise de "De Volta ao Jogo" e acabei ficando com muita vontade de analisa-lo. É um filme de ação descerebrada onde a improbabilidade das situações beira a estratosfera. Mas é justamente isso que torna o filme interessante e bastante diferente. Ele é exagerado e não tenta esconder isso. Tal fato é que faz o filme funcionar tão bem. Ação desenfreada do começo ao fim.

Mr. Smith (Clive Owen) estava comendo sua habitual cenoura e esperando o ônibus tranquilamente quando uma situação singular chama sua atenção. Uma indefesa moça em trabalho de parto passa em sua frente. Ela estava sendo perseguida por um valentão armado. Sendo um mocinho de bom coração era impossível que Smith não interferisse na situação. O tiroteio que segue é único! Smith faz o parto da moça enquanto dizima uma horda de brutamontes. Quando o bebê nasce, Smith corta (Ou melhor explode) o cordão umbilical dele com um tiro! Uma das sequências mais surreais que já assisti. Mas tudo é muito bem feito, então, fica impossível não gostar.

Coma seus vegetais!
Você acha o seu trabalho difícil??
No decorrer do tiroteio a moça morre (Headshot) e fica a encargo de Smith cuidar do bebê e desvendar o mistério que envolve essa peculiar situação. A partir desse ponto Smith junta forças com Donna Quintano (Monica Belucci), uma digníssima meretriz especializada em lactação (O bebê precisa comer, né?).



O diretor/roteirista de "Mandando Bala" é Michael Davis, que por sua vez, dirigiu apenas sete filmes, sendo que um deles é o hilário "100 Garotas". A inspiração de Davis para filmar essa preciosidade foi uma cena do clássico de John Woo, "Fervura Máxima" (1992), onde o personagem de Yun-Fat Chow salva um bebê em meio a um tiroteio.

Davis fez um ótimo trabalho elevando clichês de ação a um nível absurdo, criando uma verdadeira sátira. As cenas de ação são completamente exageradas. Smith consegue se livrar de uma situação mais desesperadora que a anterior de maneira bastante criativa. Também somos apresentados a algumas cenas bastante originais. Smith matando enquanto transa, Smith matando em plena queda-livre, Smith matando com os dedos quebrados (Usando uma cenoura!)... O hall de situações bizarras/cômicas é infindável. Não obstante, o visual do filme lembra muito os quadrinhos da Vertigo. Ainda temos toneladas de sangue computadorizado completando o bolo.

O roteiro é simples e objetivo, funcionando muito bem para um filme desse tipo. A trama é um pouco mais profunda do que aparenta. Temos uma historinha de fundo bastante interessante, com algumas interpretações políticas superficiais. Temos muitos momentos cômicos que se encaixam muito bem entre as cenas de carnificina.

A trilha-sonora é... 

Meu Deus, eu choro só de lembrar... 

Nas cenas de tiroteio somos agraciados com o melhor do rock. Motorhead e AC/DC para citar alguns exemplos. Tem coisa melhor que filme de ação com heavy metal??

Apenas dois personagens foram desenvolvidos no decorrer da trama. O próprio Smith e o seu nêmesis, Karl Hertz, interpretado por Paul Giamatti. Hertz é hilário, um sujeito canastrão que perde a calma muito facilmente. 

É tudo uma questão de perspectiva... Armas não matam ninguém, mas elas com certeza ajudam.
Por que minha arma é melhor que minha esposa? Na arma eu consigo colocar silenciador!
Entendedores entenderão!
No fundo todo a carisma do filme fica a encargo de Smith. O cara é um mestre com uma arma nas mãos. Inovando a cada morte, Smith não erra nunca! Sabe por quê? Beta-caroteno. São carbonetos com pigmentos foto-sintéticos que formam certos alimentos. Dentre eles a cenoura. Lembra aquela história da vovó de que cenoura faz bem para a visão? Bom, é verdade. Por isso Smith não erra nunca, sua visão é insanamente perfeita. Além disso, conseguimos nos importar com ele. Poxa, a cara está matando um bando de bandidos e desvendando um mistério que poderia transformar a política americana. Como não nos importaríamos com esse simpático assassino?

Legolas: Quantos você já matou? Estou em 17!
Smith: Estou em 323!
Punk, você não está com sorte, acredite...
A grande crítica do filme é o exagero. Aquilo que o distinguiu também  o crucificou. Um daqueles filmes: Ame ou odeie. Não temos meio termo. Porém, o filme foi totalmente sincero sobre o seu conteúdo. É só olhar o título. Não é bom esperar uma obra-prima psicológica com um título desses. Se ação é o que você quer, ação é o que você terá. "Mandando Bala" sem dúvida se tornará um clássico cult no futuro.

Você ficara surpreso com o quê as cenouras podem fazer!
 NOTA: 8.5

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